Como entender uma frase usando a Metacognição (Passo 1)
No post “Construtivismo: Metacognição e Aprendizagem” discutimos com um enfoque mais teórico, vários aspectos aspectos da metacognição na perspectiva de como ela pode ajudar a aprendizagem. Também temos publicado seguidos posts sobre o tema metacognição.
Hoje vou mostrar, de uma maneira bem prática e passo a passo, como entender um frase usando a metacognição. Quantas vêzes já nos deparamos com a situação de que ao estudar algo nos deparamos com um texto que é como se fosse grego para nós? Ficamos até sem saber por onde começar.
E o problema é exatamente este. Por falta de conhecimento metacognitivo ficamos até sem saber por onde começar! Usar a metacognição é então perguntar-se sobre:
- O que você sabe sobre o assunto,
- O que não sabe e precisa saber e,
- O que fazer para saber o que você decidiu que precisa!
Primeiro passo: A língua e o vocabulário.
Leia a frase abaixo:
“I moderne tid, fra det XIII århundrede i Europa, en tilbagevenden til græsk-romerske påvirkninger.”
Conseguiu? É claro que não. A menos que você seja versado em dinamarquês, você não entendeu nada. No máximo “XIII” que você pode supor que seja o número 13 em algarismos romanos e a palavra “Europa”, que você torce para que signifique o mesmo que em português.
Agora leia a nova frase:
“Na Idade Moderna, a partir do séc XIII, na Europa, há uma volta às influências greco-romanas.”
Ficou muito mais fácil. Ok? É óbvio que se você pega um texto em idioma estrangeiro não é possível entendê-lo a menos que o conheça. Isto é fácil, e no momento apresento a frase apenas para ressaltar a importância de saber a língua do texto.
Chamo a sua atenção para o fato de que, às vezes, a dificuldade com História, Direito, Medicina ou Engenharia não está no conteúdo em si, mas no Português. É preciso aprender a ler. Isto é, conhecer as construções do texto escrito, sua organização e estrutura.
Mas tem mais do que isto; tem também as palavras-armadilha. tome, por exemplo, a palavra “introvertido”. No senso comum pode significar “tímido”, mas já foi usado no passado como “afeminado”. Isto já pode criar alguma confusão no leitor. Porém em psicologia jungiana refere-se a pessoas que possuem um “locus de controle” interno, isto é, tendem a entender os eventos como causados por si, assumindo responsabilidades que nem sempre são suas.
Por isto em um texto técnico as palavras-armadilha são aquelas que existentes na linguagem comum com um dado significado, são usadas pelo autor em um senso restrito e específico. E aí se você entende o “introvertido” como tímido quando o autor estava se referindo ao locus de controle?
Chamo a atenção que uma boa parte do aprendizado é aprender o significado de palavras novas. O que é um táquion? E ooforectomia? E exoesqueleto? E resistor? E separação de corpos? E regressão linear? etc, etc, etc….
Assim a conclusão do Passo 1 é: Se não entendeu perguntar-se
· Compreendi a linguagem do texto?
· Há alguma palavra-armadilha?
Com estas duas perguntas vcê já sabe por onde começar. Assim você vai passo a passo revelando primeiro o que, dentro da frase, você não entendeu. E depois, pode ir resolvendo as dificuldades uma a uma. Se não entendeu o português atente para a linguagem, se é a palavra-armadilha vá aos compendios para descobrir o seu significado específico.
Bem, por hoje é só, mas a semana que vem tem mais!
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