Quem quer ser um funcionário público?
Você talvez queira. No Rio de Janeiro pelo menos uma grande parte quer; 59% já fez pelo menos um concurso público.. Mas este também é o titulo de artigo publicado de 12/10/2014, que traz dados interessantes ao analisar o perfil daqueles que se propõem a fazer concursos públicos. Mas o artigo traz também um alerta: O tempo para estudar é o maior entrave.
Por que tanta gente? A principal vantagem é a estabilidade, seguida da expectativa de bons salários. Outro aspecto importante é que os concursos têm a características da isonomia. Todos são iguais e nada depende de indicações de terceiros. Por isto a crença generalizada de que o concurso só depende de si mesmo. Isto é, basta estudar o bastante que você passa. Verdade, não é?
Em parte sim, afinal de contas, a mesma pesquisa do artigo citado mostra que, dentre os que passaram, a aprovação dependeu de fazer vários concursos. Como diz o Juiz William Douglas, que me deu o prazer de fazer um de meus cursos, não se faz concurso para passar, mas até passar. Mas porque o negrito que coloquei no início do parágrafo “dentre os que passaram”?
É aí que a coisa começa a complicar. Em primeiro lugar, a pesquisa mostra que dentre os “concurseiros” apenas uma parcela de 18% passou, mesmo em se considerando a participação em seguidos concursos. E por que esta pequena taxa de aprovação? Ou como diria o pessimista, por que tantos são reprovados?
Uma resposta fácil e não menos verdadeira é que o concurso é difícil. Muitos candidatos para poucas vagas. E por isto, estudar, estudar, estudar. Mas o problema é o tempo. Como mostra a pesquisa, mesmo os que não prestaram concurso acolhem o desejo de fazê-lo. No entanto quem realmente faz, é como diz Jaime Pereira, o organizador da pesquisa, “são aqueles que têm mais tempo para estudar, muitos garantidos por algum tipo de suporte financeiro”.
Em resumo, para passar tem que estudar muito. E para estudar muito tem que ter tempo. Verdade? Sim, pelo menos em parte. Mas no artigo ninguém falou de estudar bem.
Sim a quantidade de estudo é importante. Mas pense bem. Ser “concurseiro” é quase por definição uma pessoa que estuda muito. E se todos estudam muito; porque só alguns passam, mesmo quando sobram vagas?
Sorte? Acaso? Destino? Raios cósmicos? Você pode achar que sim, mas eu não. Acho que há explicações mais palpáveis. Persistência e motivação é uma explicação possível, mas isto já é pré-requisito para estudar muito. Portanto não vale. Fatores psicológicos atuando na hora da prova? Concordo. É o famoso “branco”. Já tivemos alunos que pouco se lembravam do conteúdo durante a prova, resgatando tudo após. Neste caso um trabalho psicológico permitiu resolver este problema.
Mas agora prefiro explorar outro aspecto: O estudar bem. Isto é, conhecer e aplicar estratégias de aprendizagem eficazes. Ser capaz de tornar mais produtivas as muitas horas de estudo. Ser capaz de reduzir o tempo necessário à compreensão e memorização de um determinado assunto. Poder perceber e avaliar a cada momento, o quanto aprendeu sem depender para isto de esperar pelo próximo concurso. Enfim, ser capaz de tomar o comando de sua própria aprendizagem em vez de depender apenas das “dicas” e conselhos de algum iluminado.
Por favor, não me entenda mal. É importante assistir às aulas dos cursinhos. É prudente ouvir os mais experientes. Mas, não é inteligente ou eficaz colocar nas mãos de terceiros o seu sucesso.
E mais do que isto. No caso dos concursos a diferença entre ser aprovado ou não pode ser muito pequena. Dentre os que realmente estão próximos à aprovação, a diferença entre ficar entre os últimos a entrar e os primeiros a ficar de fora, pode ser de poucas questões. Quantos já não ficaram na situação de que se tivessem acertado mais uma ou duas questões (e não errado outras tantas), teriam sido aprovados?
Esta é situação típica de pessoas que estudaram muito, porém só algumas o fizeram da maneira certa. E se para alguns isto é natural e inconsciente, para todos é possível aprender a aprender. Boas estratégias de aprendizagem podem ser aprendidas e praticadas. Técnicas de estudo podem ser ensinadas. E isto pode fazer toda a diferença. Dê uma chance para você.
Aprenda a aprender!