Construtivismo: Metacogniçao e Estratégias de Aprendizagem
Se você está acompanhando a série, já sabe o que é metacognição e o que ela tem a ver com a aprendizagem. Hoje estudaremos as estratégias de aprendizagem.
A metacognição tem um interesse prioritário em saber como se aprende e como fazer para auxiliar alunos a aprenderá melhor. Com esta agenda muitos e diferentes estudos foram levados a cabo. Uns comparavam os bons e os maus alunos visando descobrir suas diferenças. Outros com o mesmo objetivo, comparam novatos com veteranos ao realizar tarefas semelhantes. Outros finalmente, elaboram e testam programas de intervenção para o desenvolvimento de métodos de estudo.
Os dois primeiros tipos permitiram identificar algumas variáveis mediadoras cognitivas (estratégias de aprendizagem) e afetivas (orientações motivacionais) que têm ação de relevo no desempenho escolar. Assim, o bom aluno possui duas características:
1. Sabe como gerenciar seu processo de aprendizado
2. Valoriza o conhecimento e reconhece sua responsabilidade sobre a aprendizagem.
Já os programas de intervenção privilegiam o auto-questionamento e o diálogo, seja entre professor e aluno seja dos alunos entre si. De uma forma ou de outra o que se deseja é que alunos possam aprender a selecionar os procedimentos mais adequados para cada situação, em função de suas características pessoais e dos resultados obtidos.
Destes programas, não se pode, pelo menos em nível de detalhe obter resultados muito concludentes, No entanto, do seu conjunto pode-se concluir:
1. Há processos e estratégias que facilitam a aprendizagem
2. Eles podem ser ensinados.
Estratégias de aprendizagem podem ser definidas a um nível mais complexo, como planos formulados por estudantes para atingirem objetivos de aprendizagem. De maneira mais específica como qualquer procedimento adotado para a realização de uma determinada tarefa. Sublinhar, resumir e esquematizar, são exemplos de estratégias de aprendizagem
A aplicação adequada das estratégias de aprendizagem implica em personalização, flexibilidade e avaliação de custos. É o próprio aluno que vai utilizá-las. Por isto, deverá desenvolver a sua forma particular de usar uma dada estratégia. Por outro lado, a flexibilidade consiste em saber que diferentes estratégias de aprendizagem funcionam melhor em diferentes situações. Assim, a escolha da estratégia deve respeitar o contexto em que ela será aplicada.
Finalmente, a aplicação de uma estratégia demanda tempo e esforço, e claro, é feita visando a consecução de um determinado objetivo. Aplicá-la então implica em comparar os custos envolvidos com a confiança do aluno em obter os objetivos almejados.
As estratégias de aprendizagem podem ser classificadas em três grupos; as específicas à tarefa, as relacionadas com metas e as de regulação. Estratígias específicas à tarefa são restritas; por exemplo, a prova dos nove para verificar o resultado de uma conta. As relacionadas com metas são as que transcendem as tarefas, por exemplo, esquematizar.
Finalmente, as de regulação controlam as anteriores. Destinam-se a monitorar o uso e eficiência das estratégias de aprendizagem, identificando momentos e causas de mau desempenho e indicando soluções possíveis.
Para sua aplicação, as primeiras exigem apenas conhecimentos restritos à tarefa. J? as segundas, exigem um pouco mais de abstração; a capacidade de relacionar as características da tarefa às metas a serem atingidas. Finalmente, as terceiras têm maior demanda. Exigem que o aluno conheça suas próprias competências, as exigências da tarefa, os objetivos que pretende alcançar e os procedimentos necessários para alcançá-los (Silva & Sá, 1993). Em resumo: “bons estudantes usam tudo o que sabem sobre si próprios enquanto aprendizes, sobre o que ? exigido pela tarefa e sobre a utilização de estratégias, numa integração harmoniosa da experiência passada e desempenhos presentes”.
Na próxima semana veremos como a metacognição pode explicar e auxiliar alunos com dificuldades de aprendizagem.
Até lá!
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