O que é um problema de pesquisa?
Os problemas são oportunidades em roupas de trabalho.”
– Henry Kaiser citado em The Kaiser Story? – Página 62, de Kaiser Industries Corporation – Publicado por Kaiser Industries Corp., 1968 – 72 páginas
Definição de Problema
Toda pesquisa se inicia com algum tipo de problema ou indagação. Entretanto, ao se afirmar isto, torna-se conveniente esclarecer o significado desse termo. Uma acepção bastante corrente identifica problema com questão, o que dá margem a uma série de desencontros e equívocos sobre a natureza dos problemas verdadeiros e dos falsos problemas. Outra acepção identifica problema como algo que provoca desequilíbrio, mal-estar, constrangimento às pessoas. Contudo, na acepção científica, problema é qualquer situação não resolvida e que é objeto de dicussão, em qualquer domínio do conhecimento.
Quando se trata de conceituar o que é um problema de pesquisa, é preciso levar em conta de antemão que nem todo problema é passível de tratamento científico. Isto significa que, para realizar uma pesquisa é necessário, em primeiro lugar, verificar se o problema cogitado se enquadra na categoria de científico.
Um problema é de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser testadas, observadas, manipuladas.
Um problema de pesquisa pode ser determinado por razões de ordem prática ou de ordem intelectual.
São inúmeras as razões de ordem prática e intelectual que conduzem à formulação de problemas de pesquisa. Apenas com o objetivo de ilustrar o universo de possibildades que pode se descortinar em relação a este tema, apresenta-se abaixo algumas definições e exemplos de problemas de ordem prática e de ordem intelectual.
Problemas de ordem prática
Direcionados para respostas que ajudem a subsidiar ações.
Exemplo: empresa do ramo de cosméticos deseja saber o perfil de seus consumidores, com vistas a lançamento de um novo produto.
Direcionados para a avaliação de certas ações ou programas.
Exemplo: efeito de uma determinada campanha de esclarecimento sobre os perigos do cólera.
Direcionados a verificar as consqüências de várias alternativas possíveis.
Exemplo: professor está interessado em identificar que sistema de aula seria o mais adequado para determinada disciplina.
Direcionados à predição de acontecimentos, com vistas a planejar uma ação adequada.
Exemplo: Petrobrás está interessada em verificar em que medida a construção de uma planta de gasolina poderá concorrer para a deterioração ambiental de uma determinada área.
É possível ainda considerar como problemas de interesse prático, embora mais próximos dos problemas de interesse intelectual, aqueles referentes a muitas pesquisas que são realizadas no âmbito dos cursos universitários de graduação. Esses problemas servem, normalmente, para um treinamento do aluno na elaboração de projetos de pesquisa.
Problemas de ordem intelectual
Direcionados para a exploração de um objeto pouco conhecido.
Exemplo: o Design Social na PUC-Rio
Direcionados para áreas já exploradas,
com o objetivo de determinar com maior precisão e apuro as condições em que certos fenômenos ocorrem e como podem ser influenciados por outros.
Exemplo: a violência nos grandes centros urbanos.
Direcionados para a testagem de alguma teoria específica.
Exemplo: pesquisador, a partir de um grupo de crianças de faixa etária entre 0 a 14 anos, dispõe-se a verificar até que ponto a teoria piagetiana sobre os estádios de desenvolvimento infantil pode ser ou não comprovada.
Direcionados para descrição de um determinado fenômeno.
Exemplo: traçar o perfil dos alunos do Departamento de Artes da PUC-Rio.
Como formular um problema de pesquisa
Formular um problema científico não constitui uma tarefa fácil e, por isso, o treinamento desempenha um papel fundamental nesse processo.
Por estar estreitamente vinculado ao processo criativo, a formulação de problemas não se faz mediante a observação de procedimentos rígidos e sistemáticos. Contudo, existem algumas condições que facilitam essa tarefa, tais como:
- Imersão sistemática no objeto;
- Estudo da literatura existente e discussão com pessoas que já tenham experiência prática no campo de estudo em questão.
O problema deve ser formulado como pergunta
O problema deve ser claro e preciso
O problema não deve ter base exclusivamente empírica
O problema deve ser suscetível de solução
O problema deve ser delimitado a uma dimensão viável
Laboratório de Pedagogia do Design- LPD – PUC-Rio.
Acessado em 6/3/2009
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Como escrever teses e dissertações? – Consultoria Acadêmica
Para saber mais sobre o conceito de Problema do ponto de vista da filosofia.
Estimado prof.
Sou mestrando de Psicologia e todo meu percurso académico foi realizado fora do Brasil. Tenho acompanhado alguns blog brasileiros de metodologia cientifica e, tenho ficado surpreendido que a principal preocupação nos comentários é sobre a linguagem a utilizar e citação que a meu ver são problemas menos graves. O desenho experimental as técnicas e métodos estatísticos são deixados de lado, penso que uma tese bem escrita mas com a metodologia debilitada é um livro de literatura.
saudações académicas e parabens pela iniciativa
Concordo com você. Mas entendo que o formato de apresentação é a “porta de entrada”, no sentido de que apresentar-se corretamente favorece que o autor seja entendido sem erros de comunicação. No entanto como isto é tão básico, me parece que deveria ser transparente. Isto é, deveria estar sempre presente, mas sem se fazer notar, de modo a poder ressaltar o essencial da pesquisa – a informação nova e bem fundamentada. O que qcontece entretanto, é que muitos chegam à pós-graduação sem um domínio eficaz da linguagem escrita como forma de reflexão e transmissão de idéias. Por isto, como professor, parcela importante do meu trabalho é ensiná-los a “pensar por escrito”. Isto é planejar e construir um texto técnico de forma competente. Este é aliás um curso que ministro na Officina da Mente denominado “Escreva fácil!” cujo enfoque se dá na comunicação e organização das idéias. Trabalhos de pós-graduação são instrumentos de exposição e defesa de conceitos, implicam por isto em raciocínio e argumentação.
Um grande abraço,
Prof. Mauricio Peixoto