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Para Refletir

Toda semana um novo texto.
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A menina que mora em mim

27 maio 2022
Maria Teresa Guimarães

A menina que mora em mim por vezes visita-me para dar uma olhada na minha realidade.

Algumas vezes sorri de boca inteira como se olhasse num espelho. Outras, encara-me com estranheza e arrepio.
É quando estou longe do caminho das flores.

A menina que mora em mim acorda-me à noite. E de manhã continua no berço como se nada tivesse acontecido. É ela que guarda o meu tesouro no seu colo de criança: esperança e fé.

E é por isso que quando me perco dela, ela corre de novo pelo caminho, catando as flores dos quintais e as derrama todas em cima de mim.

Esse é o seu jeito de dizer: Acorda, mulher! Volta para o teu jardim!

Miryan Rezende.

 

 

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O Brincador

20 maio 2022
Maria Teresa Guimarães

Quando for grande, não quero ser médico, engenheiro ou professor.

Não quero trabalhar de manhã à noite, seja com o que for. Quando for grande, quero ser um brincador.

Ficam, portanto, a saber: não vou para a escola aprender a ser um médico, um engenheiro ou um professor.

Tenho mais em que pensar e muito mais que fazer. Tenho tanto que brincar, como brinca um brincador, muito mais o que sonhar, como sonha um sonhador, e também que imaginar, como imagina um imaginador.

A minha mãe diz que não pode ser, que não é profissão de gente crescida. E depois, acrescenta a suspirar : ” é assim a vida”. Custa tanto a acreditar. Pessoas que são capazes, que um dia também foram raparigas e rapazes, mas já não podem brincar.

A vida é assim? Não para mim. Quando for grande, quero ser um brincador. Brincar e crescer, crescer e brincar, até a morte vir bater à minha porta. Depois também, sardanisca verde que continua a rabiar depois de morta. Na minha sepultura, vão escrever: “Aqui jaz um brincador. Era o homem mais simples e dedicado, muito dado, que se levantava cedo todas as manhãs para ir brincar com as palavras”.

Álvaro Magalhães.

 

 

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É isto que queria dizer…

13 maio 2022
Maria Teresa Guimarães

Todos os povos amam a Paz. Os que passaram por uma guerra sabem que não existe valor mais precioso. Sabem que a Paz é um outro nome da própria Vida. Vivemos desde há meses sob a permanente ameaça do regresso à guerra. Os que assim ameaçam devem saber que aquele que está a ser ameaçado não é apenas um governo. O ameaçado é todo um povo, toda uma nação.

Pode não ser este o momento, pode não ser este o lugar. Mas é preciso que os donos das armas escutem o seguinte: não nos usem, a nós, cidadãos de Paz, como um meio de troca. Não nos usem como carne para canhão. Diz o provérbio que “sob os pés dos elefantes quem sofre é o capim”. Mas nós não somos capim. Merecemos todo o respeito, merecemos viver sem medo. Quem quiser fazer política que faça política. Mas não aponte uma arma contra o futuro dos nossos filhos. É isto que queria dizer, antes de dizer qualquer outra coisa.

Mia Couto, início de seu discurso ao receber o título de “Doutor Honoris Causa” pela Universidade de Maputo.
(íntegra do discurso neste link)

 

 

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Dia das Mães: dia nosso de cada dia!

06 maio 2022
Maria Teresa Guimarães

Somos mães, somos filhas, somos o feminino em ação. Somos coração, razão, emoção. Tudo junto e misturado.

Somos mães de nossos filhos, de nossas filhas. Mas também, algumas vezes, somos suas filhas.

Viver com humildade esses lugares, de mãe e de filha, é o caminho para harmonizar as relações. Simplicidade, reconhecimento da nossa força e da nossa fragilidade, nos torna mais humanizadas e coerentes com a verdade da vida.

Bom podermos nos revelar, de “carne e osso”, aos nossos filhos. Bom darmos a eles a oportunidade de saberem que, podem sim, crescer, amadurecer, regredir, infantilizar e crescer novamente. E, assim, assumir o seu lugar de adultos saudáveis em harmonia com o seu ser real, vivo, presente e humanamente inteiro.

Somos “mãe” que acolhe, que sacode, que chora, se irrita e que diz: “Quero colo”. Somos “mãe” inteira, plena, na nossa simples e humana forma de ser.

Feliz Dia de “Ser Mamãe”!

Maria Teresa Guimarães.

 

 

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Páscoa e meu aniversário: um dia duplamente especial!

15 abr 2022
Maria Teresa Guimarães

Renasço na alma, no coração e no espírito. Renasço no físico, na terra.
O que nos contacta com o divino desce enquanto energia sutil e nos enraíza, nos dando forma e nos tornando “indivíduo”. Com o que nos pertence, com aquilo que é, essencialmente, nosso, chegamos para cumprir a nossa missão.
Vim para ser.
Vim para fazer.
Vim para pertencer.
Renascer na Páscoa é a oportunidade enviada pelos céus para reconhecer em mim o milagre da vida. É ter, como bússola, o coração a serviço do amor e da grandeza da alma.
E dedico esse dia, que é meu e seu, a todos que, de alguma forma, queiram celebrar, coração a coração, a vida que brota em abundância.
Somos “ser único”. Somos “ser universal”. Somos, eu e você, seres especiais, em processo do vir a ser mais luz, mais consciência, mais essência.
Tim-tim ao renascimento!!!
Feliz Páscoa!

Maria Teresa Guimarães.

 

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Foi mágico voltar para mim…

08 abr 2022
Maria Teresa Guimarães

Parei de insistir onde não havia o que procurar…
Parei de pedir com as mãos fechadas…
Parei de esperar em cadeiras ocupadas…
Parei de colocar minhas expectativas em pessoas indisponíveis para mim…
Parei de fingir que o outro me entendia…
Parei de colocar os olhos e a esperança em corações que não queriam bater ao meu lado…
E aí, aconteceu a magia!!!
Voltei para mim, como único destino possível…
Voltei para mim, como único caminho disponível…
Voltei para mim, como único reencontro pendente…
Voltei a mim e consegui ver minhas dores e minha alma desidratada, suplicando por água…
E me recebi!!!
Me perdoei…
Me deitei em meu ombro…
Chamei por mim com a minha própria voz…
Me encontrei!!!
Diferente, mas ainda intacta…
E me tive outra vez…
Me tenho de novo…
Então, outra magia aconteceu!!!
Subitamente, percebi que tenho as chaves das portas que eu quero abrir…
Aqui, dentro…
Lá fora só estão as fechaduras…
Mas eu decido onde e de mim depende como…
Eu decido onde…
Eu escolho como…
Eu escolho com quem…
Eu decido o que quero…
Eu decido o que mereço…
Mais tarde, entendi que essa magia sempre esteve comigo!!!
Pois, na verdade, ela nunca se foi…
Sempre esteve aqui dentro…
Mas eu não me permitia vê-la,
pois estava me rejeitando…
Assim, foi necessário descer às minhas sombras para ressuscitar…
Me abracei…
Me aceitei…
E segui…
Agora, mais viva que nunca!

Marcelina Daniel.

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Entre o riso e o siso, escolho o riso

01 abr 2022
Maria Teresa Guimarães

Aos dezessete, tive professor de Português que me dizia, repetidas vezes: “Minha filha, muito riso é sinal de pouco siso. Você ri demais”. Mentalmente, eu respondia: “Se para ter siso não posso ter riso, escolho o riso”. Era o professor uma dessas pessoas de semblante taciturno e, por mais que me esforce, não consigo me lembrar daquele homem sorrindo, nem uma vez, sequer. Parecia ser daquelas pessoas que levam tudo muito a sério, inclusive a si mesmas.

Eu gostava de ir à escola e me sentar no fundo da sala, junto dos meus. Dali, ríamos juntos, conversávamos enquanto o professor enchia quadros inteiros, trocávamos letras de músicas, imitávamos a menina linda que era uma porta e entendia nada, a quem o professor de Geometria, vesgo, dedicava atenção toda especial, fazíamos planos para o futuro, ensaiávamos namoros, conversas, amizades eternas e a vida. Dali, do fundo da sala, era possível observar tudo e todos, não havia o que me escapasse. Achava muito pouco ir à escola e ver somente o professor e o quadro, e nunca entendi quem gostasse de se sentar na primeira fila, perdendo todo o resto, a amplidão do que se absorvia lá do fundo. Estudar, de qualquer forma, era e é, até hoje, exercício solitário, coisa que eu fazia em casa, escola era para experiência. Naquele tempo, estudo resumia-se a algumas poucas horas, em cima da hora da prova, o suficiente para garantir boas notas. Com exceção das aulas de Literatura e História, que prendiam minha atenção do início ao fim, havia os livros e eu achava, talvez sem saber, desperdício de tempo perder horas de convívio ouvindo o que de qualquer forma encontraria nos livros, por conta própria e mais profundamente. Despertavam minha atenção as tiradas do professor de Biologia, que ao ver a menina porta confundir trompas de Eustáquio com trompas de Falópio, perguntava, assombrado: “Minha filha, o que é que andaram fazendo com seu ouvido?!”. Eu gargalhava alto e a menina me olhava feio. Hoje o professor de Biologia de humor cínico seria processado e eu, acusada de ausência de sororidade. Imagino que as aulas não devam mais ser tão divertidas em tempos politicamente corretos.

O professor de Português, com suas aulas perfeitas e burocráticas, não prendia minha atenção e não conseguia perdoar minha desatenção. Então, orgulhoso que era de suas aulas impecáveis, me perseguia. Tudo começou no início do ano. Em uma de suas primeiras aulas, o sinal para o intervalo tocou e fechei meu fichário. Ele me olhou de relance, voltou-se ´para o quadro e, de costas para a turma e especialmente para mim, em sinal de claro desprezo, informou que não havia terminado, mas quem estivesse com pressa poderia se retirar. Gostei daquilo, já tinham me dito que no terceiro ano teríamos mais liberdade. Eu estava com pressa, tinha fome, como sempre, então me retirei. Achei que ele verdadeiramente oferecia a possibilidade de escolhermos deixar a aula, ingênua! Ao me retirar, involuntariamente liderei um levante, vários outros me seguiram. O professor taciturno passou o ano me perseguindo por aquele ato de rebeldia involuntária. Aquilo me era estranho, eu costumava ser querida pelos outros professores, mas a ele, tudo em mim incomodava: meu riso, minha conversa, minha desatenção. O professor de Literatura me encontrava, expulsa da aula de Português, e dizia: “Mas fulano é muito severo com você, não entendo!”. Eu ficava ali conversando com ele, meu professor sonhador e adorável, aquele que vivia os textos e poemas, aquele que analisava a poesia de Caetano e Chico e nos fazia senti-la. Aquele que me fez amar Drummond e Quintana. Chegava a ficar feliz por estar exilada da aula maçante e cheia de regras rígidas de Português, onde o riso era proibido. Então eu ia para casa e estudava Análise Sintática com empenho que não dedicava a qualquer outra disciplina. O sujeito podia ser oculto, indeterminado ou inexistente; o complemento, verbal ou nominal: adjuntos, adnominais ou adverbiais. Eu acertava todos, matava no peito as armadilhas sintáticas do sisudo. Dez, do início ao fim do ano. O professor de maus bofes me olhava com desprazer ao entregar minhas notas, mas era justo, não me roubava pontos. Eu, internamente, ria. Cada dez era uma gargalhada alta na cara daquele que queria me roubar o riso e trocá-lo por siso.

Ao final daquele ano, prestei vestibular e fui aprovada nas duas universidades em que concorria a vagas: em uma, para Engenharia e na outra, onde fiz meu caminho, para algum dos vários cursos do Instituto de Matemática. Ironicamente, minha guerra pessoal com o professor foi determinante para minha aprovação no vestibular. Português tinha peso grande e tive nota alta, acabou me garantindo o ingresso na universidade que viria a se tornar minha segunda casa, onde hoje sou professora. A nota de Português englobava Literatura e é interessante, hoje, perceber que foi a ação combinada dos dois professores, o severo e o amoroso, o fator determinante para meu sucesso no vestibular. Ao longo dos anos, isso se repetiria. As pessoas que mais me fizeram evoluir foram, igualmente, as que mais me apoiaram e as que menos acreditaram em mim. As primeiras me fizeram evoluir por amor e gratidão. As últimas, por desaforo, mesmo. Na Universidade, confirmei minha predileção pelo estudo por conta própria e os livros foram meus maiores mestres. Tudo o que aprendi de verdade na vida, aprendi em horas solitárias, junto aos livros, esses mestres atemporais. Houve, é claro, um par de professores que souberam ser mestres; estes, insubstituíveis e determinantes. Um deles, organizadíssimo, rígido mas amoroso. O outro, caótico e impaciente, mas brilhante. Este último segue sendo mestre até o dia de hoje.

Passaram-se anos e continuo a ver várias pessoas levando tudo e todos muito a sério, levando a sério a si mesmas, trocando riso por siso. De fato, confundindo seriedade com um pacote que envolve falta de alegria, olhar nublado e semblante taciturno. Nunca achei que esse fosse preço necessário para realizar coisas sérias e se for, é preço alto demais, me recuso a pagar.

Daqui a um par de dias faço aniversário, é momento em que costumo avaliar onde estou e é aqui que me encontro: não sou mais a menina sonhadora e ingênua que era aos dezessete anos (seria retardada se fosse), mas tenho cá meus sonhos e alguns ideais de que não abro mão; continuo gostando de ler deitada no tapete da sala e de aprender sozinha, guiada pelos livros; tenho o mesmo prazer no convívio com as gentes, as mais variadas possíveis, sou bicho gregário e social e é por isso que preciso de momentos solitários, para estar inteira quando estou em meio às gentes; ainda sinto muita fome, de comida e de vida; continuo levando o riso a sério, escolhendo o que me põe brilho nos olhos, tentando não me levar muito a sério. Sigo escolhendo ver a vida de lá do fundo da sala, onde a vista é ampla e se aprende por observação, mas principalmente por troca e convívio com outros. Acho que não me tornei sisuda, continuo preferindo riso ao siso. Espero manter minha escolha até o fim.

Mariane Branco Alves, www.saboresdiversos.com

 

 

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Água doce, doce água

25 mar 2022
Maria Teresa Guimarães

De mar é feita a terra,
De água é feita a gente.
Abaixo o desperdício!
Poupar água: coisa urgente!
Clara, doce ou gelada,
Verde, azul ou transparente,
Sem a água não há nada.
Nem floresta, nem semente.
Água doce mata a sede,
Água doce é a que lava.
Cachoeira, rio ou fonte…
Só não pode ser salgada.
Tanto bate até que fura,
Diz ditado popular…
Cuida dela! Você jura?

Evelyn Heine.
 

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Outono chegando…

18 mar 2022
Maria Teresa Guimarães

O “sol a pino”, na sua potência máxima, cumpriu o seu papel. Nos trouxe a luz tão necessária à manutenção do corpo vivo.

O verão, que, com seus dias mais iluminados, nos traz alegria, vigor, espontaneidade e liberdade, por outro lado nos agita, nos incita o desejo da não-obrigação, dos encontros fora de hora e daquela “geladinha” no meio da tarde de uma quarta-feira. Aqui, por hora, ele se despede.

Um outro momento se apresenta.

Com um sol mais brando, uma atmosfera mais leve, algum frescor nas primeiras horas da manhã e um entardecer mais acolhedor.

O outono que nos avisa que é tempo de dar um tempo a tudo aquilo que fez ferver, romper e transgredir. Um pouco mais de quietude trazida por uma meia sombra que nos convida a ser luz, com pausas para refletir as semeaduras tão necessárias ao desenvolvimento da vida para um abundante vir-a-ser.

Somos semente, somos terra, somos água, somos sopro de vida. Somos potentes para sentir e mover a terra. Vamos torná-la fértil para que possa abraçar o que nela fizer morada. Vamos cultivá-la para a construção de raízes fortes, possibilitando flores e frutos saudáveis e generosos.

Bem vindo, nosso “ser” que nutre, que acolhe e que semeia.

Bem vinda, nossa essência curadora!

Bem vindo, Outono!

Maria Teresa Guimarães.

 

 

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A mulher ao centro da vida

11 mar 2022
Maria Teresa Guimarães

Chegou ao meio da vida e sentou-se para tomar um pouco de ar. Não sabia explicar. Não era cansaço, nem estava perdida. Notou-se inteira pela primeira vez em todos esses anos. Parou ali, entre os dois lados da estrada e ficou observando as margens da sua história, a estrada da vida ficando fininha, calando-se de tão longe que ia.

Estava em paz observando a menina que foi graciosa, cheia de vida. Estava olhando para si mesma e nem notou. Ali, naquele instante estava recebendo um presente. Desembrulhava silenciosamente a sabedoria que tanto pediu para ter mais.

Quando a mulher chega à metade da estrada da vida, começa lentamente a ralentar o passo. Já notou como tem gente que adora conturbar a própria rotina, alimentar o próprio caos? Ela não. Não mais. Deixa que passem, deixa que corram, a vida é curta demais para acelerar qualquer coisa. Ela quer sentir tudo com as pontas dos dedos, ela quer notar o que não viu da primeira vez. Senhora do seu próprio tempo.

Percebeu, à metade da vida, que caminhou com elegância, que viveu com verdade, que guiou a própria sombra na estrada em direção ao amor. E como amou! Amor por si, pelos outros, amou em dobro, amou sozinha, amou amar. A mulher ao centro da vida traz a leveza que os anos teceram, pacientemente. Escuta bem mais, coloca a doçura à frente das palavras, guarda as pessoas com preciosismo. Aquela mulher já perdeu pessoas demais.

Ao meio da estrada, ela já não dorme tanto, mas sonha bem mais. Sonha pelo simples exercício de sonhar. Sonha porque notou que é o sonho que tempera a vida. Aprendeu a parar de ficar encarando as linhas do corpo. Seu espírito teso, seu riso aberto, sua fé gigante não têm rugas, nem celulite, sem encanação. Descobriu que o segredo é prestar atenção no melhor das coisas, nas qualidades das pessoas, nas belas costas que tem e deixa-las ao alcance da vista dos outros.

Sentada ali, ao centro da própria vida, decidiu seguir um pouco mais. Há mais estrada para caminhar, mais certezas para perder, mais paixão para trilhar. Não há dádiva maior do que compreender-se, que encontrar conforto para morar em si mesmo, que perdoar-se de dentro pra fora. Ao centro da vida ela descobriu que a gente não se acaba, a gente vai mesmo é se cabendo, a cada ano um pouco mais.

Diego Engenho Novo, Palavra Crônica

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Canção das mulheres

04 mar 2022
Maria Teresa Guimarães

Que o outro saiba quando estou com medo, e me tome nos braços sem fazer perguntas demais.

Que o outro note quando preciso de silêncio e não vá embora batendo a porta, mas entenda que não o amarei menos porque estou quieta.

Que o outro aceite que me preocupo com ele e não se irrite com minha solicitude, e se ela for excessiva saiba me dizer isso com delicadeza ou bom humor.

Que o outro perceba minha fragilidade e não ria de mim, nem se aproveite disso.

Que se eu faço uma bobagem o outro goste um pouco mais de mim, porque também preciso poder fazer tolices tantas vezes.

Que se estou apenas cansada o outro não pense logo que estou nervosa, ou doente, ou agressiva, nem diga que reclamo demais.

Que o outro sinta quanto me dói a ideia da perda, e ouse ficar comigo um pouco – em lugar de voltar logo à sua vida.

Que se estou numa fase ruim o outro seja meu cúmplice, mas sem fazer alarde nem dizendo ”Olha que estou tendo muita paciência com você!”

Que quando sem querer eu digo uma coisa bem inadequada diante de mais pessoas, o outro não me exponha nem me ridicularize.

Que se eventualmente perco a paciência, perco a graça e perco a compostura, o outro ainda assim me ache linda e me admire.

Que o outro não me considere sempre disponível, sempre necessariamente compreensiva, mas me aceite quando não estou podendo ser nada disso.

Que, finalmente, o outro entenda que mesmo se às vezes me esforço, não sou, nem devo ser, a mulher-maravilha, mas apenas uma pessoa: vulnerável e forte, incapaz e gloriosa, assustada e audaciosa – uma mulher..

Lya Luft

 

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Carnaval

25 fev 2022
Maria Teresa Guimarães

Carnaval?
Carnaval!
CAR NA VAL…
Não vai ter Carnaval. Vai ter Carnaval.
Não, não!
Sem Carnaval.
Está tendo Carnaval.
A folia está acontecendo. E que folia!
Tudo embaralhado, equivocado, trocado e despencado.
A festa, a alegria e a fantasia transformadas em dúvidas, incertezas e tristezas.
A festa, a alegria e a fantasia perdendo lugar para a dor e para o medo.
Sem Carnaval!!!
Entendeu?
Deixa descer quadrado. Deixa o gosto amargo. Deixa…
Está assim, desse jeito, sem jeito.
Deixa quieto, fique quieto!
Sossega a alma. Ela pede por quietude.
Silencie os tambores, ouça o compasso do surdo e o lamento da cuíca.
Ouça o que bate dentro de você.
Vista a fantasia que te convida a se recolher.
Assente-se na passarela que te leva a “ser”.
Vista-se de você!
E aviste o outro “ser”!

Maria Teresa Guimarães.

 

 

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Paciência

11 fev 2022
Maria Teresa Guimarães

A vida não para. Ok!
Mas a vida agora é de agora. E só dando uma pausa para vivê-la com respeito aos seus encantos, que conseguiremos acessar nossos encantos internos. É isso que nos permite caminhar com graça, buscando estar cada vez mais próximos da nossa inteireza.

Maria Teresa Guimarães.


Paciência

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
E o mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saber
A vida é tão rara, tão rara
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não
A vida não para não

Lenine.

 

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Aproveita o dia

04 fev 2022
Maria Teresa Guimarães

Aproveita o dia,
Não deixes que termine sem teres crescido um pouco.
Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos.
Não te deixes vencer pelo desalento.
Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever.
Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário.
Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo.
Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta.
Somos seres humanos cheios de paixão.
A vida é deserto e oásis.
Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história.
Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe.
Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem.
Não caias no pior dos erros: o silêncio.
A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas.
Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela, sobre as pequenas coisas.
Não atraiçoes tuas crenças.
Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos.
Isso transforma a vida em um inferno.
Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.
Procures vivê-la intensamente sem mediocridades.
Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo.
Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam.
Não permitas que a vida se passe sem teres vivido…

Walt Whitman.
 

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Medo como doença

29 jan 2022
Maria Teresa Guimarães

Várias vezes já falamos e nunca é demais voltar a repetir: o homem está doente de medo e as consequências dessa enfermidade se manifestam em novos e piores distúrbios que aparecem a todo momento

O medo é uma terrível garra que se fecha sobre os pensamentos, os sentimentos e a vontade, tirando do ser humano toda a possibilidade de ação inteligente. A atividade vital se reduz a defender-se, a escapar de tudo, a evitar as responsabilidades, a evadir-se de decisões, a esconder-se para “não chamar a atenção”; o cinza e opaco é hoje o mais apreciado e essas são precisamente as características do medo que também é opaco e cinza.

Aparece nesta circunstância uma modalidade especial: a do “anti”, aquele que se opõe a todas as coisas enquanto estas coisas significam o menor esforço pessoal próprio. Todas as coisas são “más”, pois os defeitos são os primeiros que se destacam, enquanto que o medo crescente faz perder toda a oportunidade de reconhecer virtudes.

Estar contra tudo – que é o mesmo que não estar a favor de nada – é uma nova expressão patológica derivada do medo. A única coisa que se sustenta como boa é o benefício próprio, a própria sobrevivência ainda que, para que se faça, há que destruir todos os demais que é a continuação lógica de estar contra todos. Se trata, como é evidente, de uma aberrante forma de egoísmo, no qual o “eu” se auto afirma na medida que há um desprezo por todo o circundante. Não se trata de elevar-se cada um em seu próprio esforço, senão em denegrir o que está ao redor para que destaque a própria estatura. Não se trata de superar os males que afetam o mundo, mas que, por temor, se negam e denigrem ao mesmo tempo que se esconde a cabeça sob as asas da inação.

Delia Steinberg Guzman, presidente honorária de Nova Acrópole.

 

 

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