Transformando “Eu” em Self
O Eu superior é o Coração, que ilumina a si próprio. A iluminação surge do Coração e alcança o cérebro, sede da mente. O mundo é visto com a mente; assim, você vê o mundo através da luz refletida do Eu superior. O mundo é percebido por um ato da mente. Quando a mente é iluminada, ela toma consciência do mundo; quando não é tão iluminada, ela não tem essa consciência.
Se a mente se volta para o interior, para a Fonte da Iluminação, o conhecimento objetivo cessa e apenas o Eu superior brilha como o Coração.
A lua brilha refletindo a luz do sol. Quando o sol se põe, a lua mostra os objetos. Quando o sol nasce, ninguém precisa da lua, embora seu disco seja visível no céu. Assim acontece com a mente e o Coração. A mente torna-se útil por sua luz refletida. Ela é usada para que se tornem visíveis os objetos. Quando torna ao interior, ela se funde na Fonte de Iluminação, que brilha por Si mesma, e, então, a mente é como a luz durante o dia.
Quando está escuro, é necessária a lâmpada que fornece luz. Mas quando o sol nasce, não há mais necessidade da lâmpada; os objetos são visíveis. E para enxergar o sol, não é preciso luz artificial; basta voltar os olhos em direção ao astro luminoso. O mesmo acontece com a mente: para enxergar os objetos, são necessárias as luzes refletidas da mente. Para divisar o Coração, basta voltar a mente para ele. Então a mente perde a importância e o Coração torna-se fulgurante.
Ramana Maharshi, “Ensinamentos Espirituais”