Somos seres de passagem
Idade, plural-idade, meia-idade, envelhecimento, velhice… quantas significações, mistérios, mitos e preconceitos!
Numa sociedade cada vez mais impregnada pelos valores da eterna juventude, como envelhecer?
Como assumir as marcas do tempo, que fazem suas inscrições no corpo e na alma?
Como assumir a passagem do tempo que vai levando esta vida para uma finalização, quando a sociedade materialista e consumista quer negar tal realidade?
As marcas do tempo se revelam nas rugas, nos óculos, nos cabelos brancos, na menopausa, no colesterol, na aposentadoria, nos lutos cotidianos pelos que partem… Enfim, como disse Jung, as perdas são sinais que a vida nos dá de que somos seres de passagem. Mas atualmente parece que é normal negar isso, queremos parecer eternos e eternamente jovens, porém não tem como reverter tal situação; pelo menos por enquanto, todos nós envelhecemos – bem ou mal, esta é a única opção que nos cabe ter.
Dulcinéa da Mata Ribeiro Monteiro, Metanóia e Meia-Idade.