Quando o Amor Odeia
Marina e Você nas Páginas da sua Vida!
Maria Teresa Guimarães
Este é o sentimento de Marina pelo seu pai. E este é o sentimento de tantas outras pessoas por entes próximos que se rebaixam diante da Vida. Seja qual for o motivo que torna uma pessoa tão impotente diante dela própria, aqueles que fazem parte do seu mundo, constroem dentro de si, passo a passo, ao longo da vida, o sentimento do Amor que Odeia. O que realmente isso significa? Este sentimento é mais do que o sentimento ambivalente de amor e ódio tão falado nas relações pessoais. O Amor que Odeia é um amor que está se cansando de amar; é um amor que de tanto amar transborda benevolência, culpa, doação, anulação. Sempre na esperança de tornar o outro mais ou melhor do que ele pode ser. Sempre na esperança de criar no outro o sentimento de alegria e felicidade. Sempre na esperança de tornar o outro criador da sua inteireza diante e si e da própria Vida.
Quantas “Marinas” vivem O Amor que Odeia!
Na tentativa incansável de tirar o outro da lama, aventuram-se num mar de lamas, onde elas próprias se atolam e ficam impotentes diante de todo este amor. É nesse momento que mais intensamente o amor e o ódio se misturam. É aqui que o Amor realmente Odeia. Odeia a sua própria impotência, odeia a sua entrega, odeia a sua anulação. Odeia a humilhação, a fragilidade exacerbada, a menos valia e a covardia daquele a quem se ama.
A grande questão a se pensar aqui é que nessas relações não existe apenas um autor, mas também um co-autor que, de certa forma, compactua com uma história, onde, na verdade ambos precisam comprovar o amor do outro. Ambos precisam acreditar na sua capacidade de serem amados, admirados. Ambos precisam do amor do outro por não confiar no seu próprio amor.
Quando O Amor Odeia, está na hora de parar o curso deste caminho aprisionante, de um enlaçar de nós que, ao invés de solidificar as relações, sufoca e esgota. Esgota todas as forças, todos os limites. Sufoca o amor que respeita, que admira e liberta. Sufoca o amor que eleva e engrandece.
O Amor que Odeia surge para aqueles que não sabem viver O Amor que “se” Ama.