Paulo – Um conto
Paulo, um homem barbado, estava de pé em frente à porta para sair de casa. Ele a abriu e, antes de fechar, viu uma formiga que passeava pelo móvel de mogno da sua sala. Ele a matou com um dedo, limpou-o, saiu e fechou a porta.
Paulo se dirigiu à mercearia, pegou uma cesta e colocou suas compras ali. Ao chegar no caixa, ele viu uma revista de cinema, cuja capa estava com a foto da boca aberta de um dinossauro.
O tiranossauro corria atrás de sua presa: um estegossauro. Passado um tempo de caça, o estegossauro se cansou e decidiu lutar. Ambos estavam numa campina. O Tiranosauro correu para morder o pescoço de sua presa, que se defendeu com seus espigões. A batalha durou pouco tempo e, já com a fome saciada, o tiranossauro sentiu sede e foi saciá-la num lago próximo. A água refletia sua imagem e, ao olhar o reflexo do céu, viu um pterodátilo passando por baixo de uma nuvem. Ele não sabia, mas a imagem parecia a de um avião.
O garotinho olhava para baixo, onde estavam prédios e pessoas. A aeromoça trouxe seu seu almoço e o de sua mãe: arroz, uma salada e frango grelhado.
– Ricardo – falou a mãe – vê se come a salada, tá bom?
– Mas eu não quero.
– É pra você crescer bem forte.
– Mas eu não gosto de salada!
– Mas tem cenourinha, meu filho, disso você gosta. Come só a cenourinha. tá?
– Tá bom.
Depois de ter deixado no prato somente o resto da salada, Ricardo olhou de novo lá para baixo. “Puxa!” ele pensou, “as pessoas parecem formiguinhas!”.
A formiga subia os túneis de seu formigueiro, em direção à saída. Ela viu uma luz que aumentava gradualmente. Ela saiu numa superfície lisa de mogno, olhou para o alto e viu homem barbado estender um dedo em sua direção. Paulo limpou-o, saiu e fechou a porta.
Pedro Henrique G. P. Peixoto
2006 – 15 anos