O que vês em ti?
O que vês em ti?- perguntou a pintora.
Olhei para as minhas roupas, para os meus sapatos, que estavam um tamanho acima do meu para poder crescer sem que me deixassem de servir.
– Apenas uma criança como qualquer outra, creio.
– Mas tu não és igual a outra pessoa. Na verdade, não há ninguém exatamente como tu em lado nenhum – encorajou-me a pintora – , e o mais incrível é que nunca houve nem vai haver.
– Não estou segura de que haja alguma coisa especial em mim – conformei-me.
– Oh, mas tudo em ti é especial! Não há nada em ti que não seja extraordinário – partilhou a pintora com entusiasmo – És a combinação rara e única do que foi e a possibilidade incrível do que pode ser.
E sabes que mais? É assim com todas as pessoas. Todas brilham e precisam de ser vistas. Todas querem saber que são importantes, que há um lugar para cada uma e que são necessárias. Claro, algumas podem esconder o seu fulgor, mas a luz está lá, sempre a luzir, e é maravilhoso quando conseguimos fazer com que a vejam.
Kobi Yamada. O que vês em ti?.