O Carnaval chegou: relaxe e brinque!
Não dá para negar que o carnaval chegou. Sim, chegou. Os blocos já nas ruas, os ensaios nas quadras já acontecem e o Sambódromo, como a nossa passarela do samba, só aguardando a chegada das Escolas com seus carnavalescos e foliões. Arquibancadas lotadas, camarotes com seus convidados especiais. E, para quem não conseguiu, por algum motivo, estar ali no meio da festa, ainda resta o entorno que, com criatividade, uma plateia aguerrida, persistente e feliz, se diverte com o que e como pode.
É assim. Somos um povo da brincadeira, do jogo de cintura, da alegria e da união.
E assim foi por muitos anos.
E hoje? Continua assim?
O espírito leve e solto está aí sim. Está aqui, comigo, com você, entre nós. Mas muito se perdeu do bom humor, da piada, da zoação, do samba no pé, das marchinhas compassadas que tanto expressavam o nosso ritmo, as batidas do nosso coração e o molejo do nosso corpo. Perdeu-se o lúdico, a inocência, a capacidade de relaxar e brincar. E perdeu-se tudo isso na vida, no dia a dia, na relação com o outro e na relação consigo próprio.
Os radicalismos, a intolerância, as verdades infundadas, estão tirando a serenidade, a confiança na vida e no ser humano. Quem é esse ou essa que está chegando, falando, olhando e “esbarrando”? Não é Não! Não toque. Não olhe. Não fale. Não.
O “Sim” que permite, que tolera, que aceita e que respeita, está em extinção.
Estou sendo muito amarga? Pessimista?
Estou sendo observadora, ouvinte e reflexiva.
E dentro da observação, o que aparece é uma minoria que se fortalece diante do medo estampado naquele que se cala, que silencia, que se exclui, e que se fecha.
E dessa observação reflito que uma grande parte das pessoas deseja manter o humor, a alegria, a brincadeira, a festa, o encontro, o respeito, promovendo o bem-estar e a sanidade nas relações.
Portanto, vamos lá. O carnaval chegou. E que seja um carnaval de fantasias que fazem sonhar, criando a esperança de que a leveza pode e deve retornar.
Evoé Momo!
Psicoterapeuta Maria Teresa Guimarães