Lembrar é essencial
Diante do trauma, da lembrança que ficou recalcada em substratos profundos de nossa inconsciência, que define o ser e
o agir de sociedades inteiras, como o que se viveu em catástrofes como o nazismo,
a Guerra do Vietnã e outras tantas que conhecemos nas vidas pessoais e familiares, esquecer toma-se um remédio contra o sofrimento.
Mas esquecer não é apagar o que se viveu de modo abstrato, muitas vezes é justamente pela “rememoração” que nos lembramos. Por isso, contar histórias, fazer arte, ou seja, deixar-se levar pelas musas, continua sendo a melhor saída.
A vida criativa é a única que evita o mau esquecimento e, por outro lado, a má lembrança que é o ressentimento.
Criatividade, a missão.
(Márcia Tiburi – Vida Simples, março 2007)