Cérebro: Nunca deixe de usá-lo – Neuroplasticidade !
O que é neuroplasticidade? (*)
O conceito de plasticidade neural diz respeito ao fato de que a estrutura do sistema nervoso central não é fixa ou impermeável à influência do ambiente e dos padrões de atividade funcional. A estrutura do sistema nervoso é, ao menos em parte, influenciada pelos padrões de atividade no sistema. O conceito de que os padrões de atividade influenciam a estrutura do sistema nervoso é resumido sob a forma da expressão “plasticidade dependente de atividade”.
(*) O texto acima é um extrato do post de mesmo nome publicado no blog do Laboratório de Neuropsicologia do Desenvolvimento da UFMG.
Lesões e plasticidade neural (*)
O estrago causado no cérebro por um AVC pode provocar perda de sua função, mas através de um fenômeno denominado “neuroplasticidade”, o cérebro pode se reajustar funcionalmente, havendo uma reorganização dos mapas corticais que contribui para a recuperação do AVC.
As mudanças descritas na organização do córtex incluem o aumento dos dendritos, das sinapses e de fatores neurotróficos essenciais para a sobrevivência de células nervosas. Após ocorrer uma lesão, em algum lugar do córtex motor, mudanças de ativação em outra regiões motoras são observadas. Essas mudanças podem ocorrer em regiões homólogas do hemisfério não afetado, que assumem as funções perdidas, ou no córtex intacto adjacente a lesão. Graças a essas reorganizações corticais, que podem ter início de um a dois dias após o AVC e podem se prolongar por meses, os pacientes podem recuperar, pelo menos em parte, as habilidades que haviam sido perdidas.
A recuperação da função nos membros ,promovida pela plasticidade, é dificultada por um fenômeno conhecido como “não-uso aprendido”. Com a perda da função de uma área do cérebro atingida pelo AVC, a região do corpo que estava ligada a essa área também é afetada, perdendo a sua capacidade de movimentação. Como o paciente não consegue mover o membro mais afetado, compensa usando o outro, deste modo, após um certo tempo, quando os efeitos da lesão não estão mais presentes e ocorreram readaptações no cérebro, os movimentos poderiam ser recuperados, no entanto, o paciente já “aprendeu” que aquele membro não é mais funcional.
(*) O texto acima é um extrato do artigo “AVC e Neuroplasticidade” de autoria de Mirella Brito e Nicodemos Teles de Pontes Filho
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Estou no meu ultimo ano da faculdade no curso de Interpretaçao e Traduçao.Acredito que o exercicio de repetiçao (shadowing) que usamos seria muito util a pessoas que tem problema de concentraçao ou tiveram um avc,acidentes,etc.O que vc acham ou como podem me ajudar a desenvolver este tema
Olá!
No seu contexto acadêmico, a técnica de repetição pode ter outros significados, mas para mim ela pode significar duas coisas inteiramente diversos. Uma, é a repetição mecânica pura. O objetivo é “decorar” o fato, data ou conceito, visando sua repetição futura em uma prova ou similar. Neste sentido ela é uma técnica pouco eficiente, custosa, de baixo tempo de retenção, e não contribui para o aprendizado e a compreensão dos temas de estudo. Outro significado ela assume quando inserida em um esforço de compreensão do tema. Neste caso não se trata de meramente repetir. Há ações mentais e práticas que a precedem e sucedem. Fatos e conceitos não são meramente repetidos, mas inseridos em um processo de desconstrução, interpretação e reconstrução pessoal do texto. O objetivo então é aprender significativamente (na perspectiva de Ausubel) . É compreender e crescer, pessoal e profissionalmente. Por isto, e dependendo do contexto eu rejeito ou apoio a técnica. Na Officina da Mente podemos ajudá-lo a desenvolver esta e outras estratégias de aprendizagem.
Prezado Professor,
estou concluindo meu curso de Pós Graduação em Gestão Pedagógica, sou graduada em Letras e estou, atualmente, fazendo graduação em enfermagem.
Muito me interessa a pesquisa sobre neurociência, em especial, a plasticidade neural no processo ensino / aprendizagem tendo em vista que só aprendemos quando estamos estimulados. Logo, é preciso que o educador invista em metodologia que ative o cérebro para desenvolver eficientemente o cognitivo do seu educando, principalmente na educação infantil e ensinos fundamental / médio.
Sabe-se que o modelo tradicional que muitas escolas apresentam em que apenas o educador “transpassa” seu conhecimento ao educando não é eficaz no processo. O educando tem que estar ativo no processo.
Este é basicamente meu tema de monografia em que uso a Filosofia como instrumento para desenvolver o hábito da reflexão, investigação, crítica e auxiliá-lo nas construção de sua cidadania, já que cidadão é aquele que participa ativamente da sociedade em que se insere e procura transformá-la positivamente.
Assim sendo, desejo fontes em que possa basear-me na plasticidade neural para o desenvolvimento do conhecimento / aprendizagem. Que demonstre a necessidade do cérebro estar ativo durante o processo; que o educando quando está passivo, apenas recebendo as informações passadas, dificilmente reterá tal conhecimento.
Muito agradeço, se for possível auxiliar-me, pois, acredito firmemente no poder da educação na remodelagem de uma sociedade mais solidária, justa e harmoniosa.
Atenciosamente,
Rosana Vargas