A alternativa
“Sou uma pessoa hospitaleira”, disse Nasrudin na casa de chá a um grupo de amigos.
“Pois muito bem – leva-nos todos para jantar em sua casa”, disse o mais voraz.
Nasrudin juntou a turma toda e foi caminhando com eles até sua casa.
Quando já estava quase lá, disse:
“Vou na frente para avisar minha mulher: vocês esperem aqui.” Sua mulher, ao ouvir as novas, deu-lhe umas bordoadas.
“Não tem comida em casa – mande-os embora.”
“Não posso fazê-lo, minha reputação está em jogo.”
“Muito bem, sobe, e eu lhes direi que você não está.”
Depois de aproximadamente uma hora, os convidados, impacientes, apinharam-se diante da porta, gritando: “Nasrudin, deixa-nos entrar.”
A mulher do Mullá veio ter com eles.
“Nasrudin não está.”
“Mas nós o vimos entrar em casa, e estivemos todo o tempo vigiando
a porta.”
Ela permaneceu em silêncio.
O Mullá, observando de uma janela do andar de cima, foi incapaz de conter-se. Debruçando-se para o lado de fora, gritou:
“Eu poderia ter saído pela porta dos fundos, não poderia?”
(Histórias de Nasrudin – Trad. Cukiermam & Cromberg, Dervish Ed., 1994)