Para que tanto barulho?
Já vivemos em meio a tantos barulhos na nossa vida diária: obras, trânsito etc. E ainda temos que conviver com muitos outros barulhos abusivos.
São caixas de som nas calçadas, festas ao ar livre, ou mesmo em local fechado, sem limite de volume. Fogos noite adentro acompanhados daquilo que chamam de paredão do som, que faz estremecer janelas e os nossos corações. Motos que passam a qualquer hora do dia e da noite acelerando sem dó nem piedade.
São barulhos que refletem os próprios barulhos internos, tão indesejados e incômodos que o melhor é ignorá-los. Ouvir o que está dentro? Tentar entender? Refletir sobre o que essa voz interna oferece como possibilidade de busca para mudanças e, a partir daí, promover uma melhor qualidade de vida, colaborando com a saúde individual e do próximo? Nem pensar! Para quê?
Estão surdos para si próprios e para o mundo, provocando a surdez de quem está disposto a ouvir a si próprio, a sua alma e o seu coração. Estão surdos para a sua essência, impedindo o silenciar de quem vive na casa ao lado, na rua próxima, e, até mesmo, de quem vive a uma certa distância. Esse barulho que ensurdece, reverbera e segue por longos trajetos.
O pensamento de que tudo pode no individual, sem se considerar o direito à privacidade do outro, já virou lugar comum. Triste momento em que estamos vivendo… Porém, precisamos manter a determinação na tentativa de mudar essa situação. Vai mudar, vai passar… E que seja logo!
Maria Teresa Guimarães.