Nossos pretos, nossas pretas, velhos, velhas. Salve!
A liberdade do preto velho está na sabedoria.
Com sua calma e paciência, com o olhar que faz pausar a fala, o olhar de quem pensa, volta no tempo, revê sua história e, agora sim, inicia a sua oratória.
Simples, compassada, com espaços para a sua reflexão, sua fala nos deixa atentos, olhar estático, aguardando o que mais está por vir.
O preto velho, a preta velha, os anciãos, nossos antepassados, o velho sábio, a nossa mãe preta… dê o nome que se dê, a verdade é uma só: estamos sempre à espera de seus saberes, de suas experiências de vida, de seus contos que nos contam histórias, que ora arrepiam, outras vezes nos fazem rir e até mesmo chorar. Essas histórias que nos oferecem confiança, aconchego e abraço.
Nossos velhos sábios, nossas velhas sábias, aos quais autorizamos que nos aconselhem, damos a eles(as), o direito de calar, de nos enxergar, olhar, penetrar o nosso coração, bronquear, zangar e nos desvendar.
Com respeito acatamos as suas falas, nos damos a chance de ouvir e sermos ouvidos. Permitimos, diante de nossos mentores, que nos virem pelo avesso e que consigam acessar a nossa alma, pois sabemos que em seu olhar existe a presença do verdadeiro sentimento de amor e de profundo respeito.
Salve nossos pretos, nossas pretas, sabedores de vida!
Grata!
Sua aprendiz…
Maria Teresa Guimarães