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PAN – DEMIA – Ponto de Mutação?

01 maio 2020
Maria Teresa Guimarães

Na mitologia grega, o deus Pã era o deus dos campos, bosques, rebanhos…Tornou-se o símbolo do mundo por ser associado à natureza; era temido por todos que precisavam atravessar as florestas durante a noite. Significa presença divina em todas as coisas, quando ele se ausenta os seres ficam sem conexão, sem apoio, entregues a si mesmos. Pânico é justamente essa perda de conexão com o divino. Os valores dominantes em nosso mundo propiciaram uma dessacralização do mundo, advindo a destruição da natureza em sua busca desenfreada pela realidade material / econômica. Com o afastamento do divino/sagrado de nossa realidade, estamos à mercê… Recorro a Drummond quando pergunta- “E agora José?’’

Esta pandemia abalou o mundo, estamos todos no mesmo barco nos indagando e interrogando, nos inserindo na Epoché -isto é, suspensão de todos os julgamentos, certezas, diretrizes… Todos recolhidos em seus lares, voltando para casa. Percebo uma semelhança com o Programa de Preparação para a Aposentadoria (PPA). A palavra Aposentadoria significa justamente retirar-se para os aposentos da casa. Nosso trabalho nesse programa é ressignificar essa palavra. Retirar-se para os aposentos da casa (física) ou retirar-se para dentro de si mesmo na demanda e descoberta de novas visões, aptidões, oportunidades … Este foi o conteúdo do meu livro: Aposentadoria. Ponto de Mutação? Esta Pandemia nos insere, de fato, nos dois sentidos:

– Retirar-se para os aposentos de casa,

– Retirar-se para os aposentos de si mesmo.

 Todos nós nesta quarentena estamos no reduto de nossos lares, num voltar-se para dentro. “Se viver não é fácil, conviver é um desafio permanente”, afirma com saberia Jorge Amado. Seguindo nesta sabedoria poética, Drummond conclui “Ninguém é igual a ninguém. Todo ser humano é um estranho ímpar’’. Que oportunidade estamos tendo de polir as arestas, respeitar as diferenças, sair do egoísmo e nos disponibilizar para as tarefas do lar, cuidar dos filhos, dos amigos, atender às demandas que se apresentam… Também nos lembramos de Guimarães Rosa ao afirmar que “ Viver é um rasgar-se e remendar- se”. Assim vamos tecendo e buscando aprimorar os encontros e desencontros de nossa convivência.

Alguns pensadores afirmam que a criatividade muitas vezes nasce da crise, da angustia, assim como o dia nasce da noite. A palavra crise para os orientais é composta por dois ideogramas: PERIGO e OPORTUNIDADE. Perigo seria permanecermos nos mesmos moldes, padrões egocêntricos e materialistas… Oportunidade para um mergulho em nós mesmos, possibilitando novos insights capazes de ressignificar nossos valores. Saberemos aproveitar esta oportunidade?

Vivemos e somos um ecossistema que age e reage em rede. Assim, nossa holografia funciona com pessoas, relações e universo. Pandemia – crise no sistema mundial – o mundo parou. Como expandir em rede? Expansão interior em cada um de nós para nos questionarmos sobre o sentido do nosso viver. Sabedoria articula-se ao entregar-se ao movimento, ao presente. Numa versão nietzscheana, diríamos que precisamos aprender a viver o AMOR FATI, – é assim que é! Jung em sua busca pelo essencial, afirma que metade da verdade está em nossas mãos, e a outra metade está nas mãos daquilo que é maior que nós. Enfim, não somos donos de nosso destino, temos o livre arbítrio, mas há algo além de nós, que nos ultrapassa. Mais uma vez os poetas nos ajudam a clarificar, e Chico Buarque cantou- A gente quer ter voz ativa em nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega destino pra lá….

Buscando a sabedoria dos pensadores o sábio Heráclito nos ilumina ao afirmar – A vida é um rio que corre – panta rhei , tudo flui    entregar-se ao fluxo é vital.   Em sintonia o livro do Eclesiastes afirma, o tempo é vento que passa, não há nada de sólido debaixo do sol.   o que é, será. Tempo e contratempo chegam para todos e tudo passa, isto também vai passar. Mario Quintana em suas reflexões poéticas, conclui que quando tudo dá errado, acontecem coisas maravilhosas que jamais teriam acontecido se tudo tivesse dado certo.   A gente para de desejar que fosse diferente mantendo-se no presente,  onde a realidade acontece.

Pã nos revela a desespiritualização do mundo advindo o materialismo, o consumismo, a gula do ego, a avidez do desejo de ter mais e mais… A pandemia nos leva ao voltar-se para dentro, a estar em casa, a olhar o que é central em nós, a converter: verter para dentro. Outra passagem bíblica oportuna está no diálogo travado entre Marta – vida ativa e Maria – vida reflexiva, em que Marta cobrava de Maria a ajuda para arrumar a casa, etc. Diante disto Jesus disse “Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas. Mas uma só é necessária e Maria escolheu a melhor parte a qual não lhe será tirada.’’  (Lucas 10,40-42) A pandemia-quarentena nos incita a sair da agitação cotidiana, do corre-corre para satisfazer as ambições egóicas, ação e mais ação    Nilton Bonder nos alertou sobre esta

dinâmica da avidez egóica ao afirmar que “Os Domingos precisam de feriados’’. Explicitando o simbolismo da Páscoa, Jean Yves Leloup nos conclama a “ser passantes”, passar de um modo de vida a outro, a enfrentar as ondas, unir matéria e espirito, céu e terra, masculino e feminino, diante da impermanência de todas as coisas. Viver exige novas aprendizagens e novas significações. Ampliar a visão, ver os dois lados da mesma moeda, sair da visão OU \ OU excludente para vivenciar a visão E \ E conciliadora.

 Nosso mundo voltará a ser como antes? Nós seremos os mesmos?

Pergunta que está no ar Mudará? Se esse voltar-se para dentro da casa e de si mesmo acontecer, tudo nos faz crer que sim. Talvez consigamos compreender a afirmação de Jung: “Fiel é a balança’’. O retorno de Pã poderá nos reconectar com nossa dimensão espiritual e com a essência do existir humano – Amor. Vida sem amor, sem amigos, sem laços e sem compaixão, fica sem sentido e vazia. Esta quarentena nos dá a chance de mudar as lentes, ver de outras formas. Ressignificar valores e o viver cotidiano!

E nós que somos velhos? O que queremos? Para onde vamos?

Ao olhar para nossa longa estrada-vida, quantas vivencias, altos e baixos, amores e desamores, vitórias e derrotas… mas com a consciência de termos feito do nosso jeito, como cantou Sinatra na famosa canção My Way. Para nós, cada vez menos importa a dimensão do amanhã. Importa ir seguindo o passo a passo do AGORA com firmeza e fé; sendo capaz de se sentir realizado e que tem valido a pena. Mais uma vez recorro à sabedoria poética, e encontro em Mário Quintana essa verdade ‘‘De repente tudo vai ficando tão simples que assusta. A gente vai perdendo as necessidades, vai reduzindo a bagagem. As opiniões dos outros, são realmente dos outros, e mesmo que sejam sobre nós, não tem importância. Vamos abrindo mão das certezas, pois já não temos certeza de nada. E, isso não faz a menor falta. Paramos de julgar pois já não existe certo ou errado e sim a vida que cada um escolheu experimentar. Por fim entendemos que tudo que importa é ter paz e sossego, é viver sem medo, é fazer o que alegra o coração naquele momento. E só.’’

Olhar para a estrada – vida percorrida, ver a obra construída e poder afirmar como nos revela o Gêneses. O Criador na obra de criação do mundo, o fez em sete dias, no sexto dia olhou, viu que TUDO ERA BOM E DESCANSOU… Esta é uma forma de sabedoria da velhice, bem dizer a própria obra -vida!

A Pandemia também nos apresenta a morte de frente, embora Castanheda já tenha dito que ela está sempre a um palmo do nosso ombro esquerdo. Esta consciência pode abrir a possibilidade de viver melhor o dia de hoje, de ser mais pleno no aqui e agora, de plenificar o presente do jeito que se lhe apresentar. CARPE DIEM: viver cada dia em mais plenitude e graça. Talvez “O nosso desafio não seja simplesmente viver mais alguns anos por este mundo, mas compreender com clareza qual é o nosso verdadeiro projeto dessa efêmera existência e realiza-lo com sabedoria. A ignorância do nosso tempo é crer que o significado da vida é deleitar-se com experiências físicas e mentais prazerosas. Há uma redução do ser humano a uma espécie de grande boca que devora ou quer devorar, cada vez mais coisas e sensações prazerosas’’, Arthur Sheiker em seu livro ‘’A Travessia Budista da Vida e da Morte’’.

Pandemia, Ponto de Mutação? Que possamos acolher a realidade no fluxo do tempo com receptividade e alegria nas coisas simples do viver e conviver do cotidiano, é assim que é! Viver a gratuidade do existir com gratidão! Os gregos em sua sabedoria também mencionam Cronos, o deus do tempo cronológico – cíclico e Kairos o deus do tempo oportuno, “do momento favorável”. Que esse novo olhar para esse novo tempo – Kairos, possa nos proporcionar um novo ser, um ser humano mais humano, mais aberto ao extraordinário, à graça e ao próprio self, o Deus em nós.

Dulcinea da Mata R Monteiro, psicóloga e analista junguiana, professora de Filosofia, Gerontóloga Titulada pela SBGG, autora e organizadora de livros na área da Psicologia do Envelhecimento. Artigo escrito para SBGGRJ, Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia.

 

 

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