Que não se perca a feminilidade!
Somos mulheres: femininas, com potencial para o trabalho e para a autonomia. Somos produtivas, batalhadoras e aguerridas. Somos tudo isso e muito mais.
E se abarcamos a certeza do ser indivíduo que somos, podemos seguir pelo caminho da liberdade, autenticidade e respeito pela nossa vida. Somos mulheres seguindo na direção do “posso ser, fazer e transformar”. Somos mulheres para “o que der e vier”.
Pois é, é assim que somos.
Ou melhor, é assim que também somos.
Aqui fica o alerta: que essa mulher “forte” não se deixe pesar pelas falsas crenças do “tudo posso”, “não preciso de você”, “sou assim e pronto”. Que essa mulher “forte” não se deixe enganar pela ilusão do “eu sou mais eu”.
Sim. Eu sou mais eu. Porém, eu posso ser mais eu comigo mesma, com você, com a minha sensibilidade, intuição e com minhas carências. Eu sou mais eu, mesmo querendo o colo, o afeto e o socorro. Eu sou mais eu, desejando uma vida com alguém que possa amar, ser amada, trocar, somar e chorar. Eu sou mais eu, mulher, com a minha feminilidade, humildade e ternura. Eu sou mais eu, forte, frágil, “mulherzinha”, instável, equilibrada e desorientada.
Somos mulheres para o que der e vier, porém na medida certa. Somos mulheres “eu sou mais eu”, na dosagem do que nos permitimos escolher “ser com”, “ser sem”, “ser apesar de”, ser como se pode ser. Somos mulheres aceitando que, assim como qualquer ser humano, nem sempre somos o quê e como queremos ser. Mas sim, como naquele momento, é possível ser.
Mulheres, não nos deixemos perder nesse emaranhado de “tens que”, o emaranhado das obrigações muitas vezes desnecessárias, das cobranças de impor a nós mesmas, ser mais daquilo que queremos e podemos ser.
E que nunca deixemos adormecer a feminilidade, a sensualidade e o poder de sedução na vida. Que nunca esqueçamos da nossa capacidade de acolher, compreender, acalentar e surpreender!
Surpreendam-se!
Maria Teresa Guimarães