Porta-vozes do mundo!
Acabo de ouvir o seguinte comentário após o sequestro do ônibus na Ponte Rio-Niterói : “Um absurdo ver o que uma pessoa desequilibrada faz numa cidade”.
Um comentário legítimo e que faz pensar.
Estamos vivendo, coletiva e pessoalmente, um tempo bastante conturbado. Uma das causas que identifico, são o extremismo, o radicalismo. Está muito difícil negociar, conversar, trocar ideias e respeitá-las, ouvir e ser ouvido. Quase nenhuma vontade para a escuta. Estamos vivendo a “Era do Certo ou Errado”. Meio termo? O que é isso?!
E vamos assim presenciando situações, fatos e comportamentos oriundos de desequilíbrios mentais, emocionais, espirituais, físicos e sociais, que surgem a partir da crença de que o “legal” é pensar e agir unilateralmente. Tudo o que é unilateral é neurotizante, já dizia nosso grande mestre Carl Gustav Jung.
Esse tipo de pensamento influencia negativamente tanto na saúde do nosso planeta como no desenvolvimento integral do ser humano. E o mundo todo sofre com isso. Até mesmo aqueles que assim pensam e agem. Consequentemente, as pessoas mais desassistidas nos patamares mais sutis do seu campo energético e também no plano físico e psicológico, com sua sensibilidade à flor da pele e, portanto, sem muita condição de discernir entre o que é seu e o que é do outro, servem como esponjas, absorvendo a escuridão desse mundo. A sensação de desorganização de um mundo conflituado, potencializa nessas pessoas a angústia das suas próprias confusões e desorganizações. E o único desejo é se livrarem dessa dor. Uma dor que, para elas, é uma dor de todos, indiscriminadamente. E assim, nessa dinâmica turbulenta que as tornam ainda mais fragilizadas, assumem sem que percebam, o papel de “porta-voz” de um mal maior.
Maria Teresa Guimarães.