Sobre o Papel do Psicoterapeuta
(Refletindo a seguinte questão feita por um amigo: “Ao atender um paciente você tem apenas uma versão da história. E as versões das pessoas envolvidas na situação?)
É da competência do psicoterapeuta, retirar de cena culpados e inocentes. No contexto clínico, seja no atendimento individual, de grupo, família ou casal, não existe espaço para estes personagens. Portanto, versões variadas de uma mesma situação podem até ajudar de alguma forma, mas não tem toda aquela importância que o ser humano atribui em situações de conflito. Claro que todos querem ter razão e apontar um culpado. Mas isso não faz parte do setting terapêutico. Todos nós somos realmente responsáveis pelas consequências dos nossos atos, das nossas decisões e escolhas. Por isso, às vezes, é tão difícil para alguns pacientes seguirem adiante no seu processo psicoterapêutico. Porque eles nos procuram achando que encontrarão no psicoterapeuta alguém para defendê-los. Acredito sim, que a forma mais adequada e justa de trabalhar é colocando o foco na pessoa e não no seu entorno. Acredito que acolhendo o paciente, o ser humano que está diante de nós, com uma escuta respeitosa e amorosa, contribuiremos para o seu fortalecimento interno e crescimento saudável. E assim é também na vida, no dia a dia, nas relações pessoais, fora do espaço terapêutico. Ou, pelo menos, deveria ser.
“Se te choca, te checa”!
Maria Teresa Guimarães Pinto Peixoto