Sobre psicoterapeutas: Leloup cita Dürckheim
(…) Na medida em que a formação recebida pelo educador, pelo médico ou pelo terapeuta nem sempre lhes dá a capacidade de servirem de guias a um ser sofredor, para além de seu sofrimento, em direção a seu ser de beatitude, será que esses especialistas estão em condições de conduzir para além do ponto em que eles próprios se encontram? Graf Dürckheim parece bastante otimista quando afirma:
“Em razão de sua evolução e experiência, existem pessoas, em número muito maior do que podemos pensar, capazes de exercer a ação de um mestre, se vierem a tomar consciência disso e tiverem ousadia de praticá-la. É o caso daqueles que, durante muito tempo, tiveram de ocupar-se dos outros para ajudá-los. Por exemplo, os psicoterapeutas poderiam servir de guias – pelo menos, durante um pedaço do caminho – se essa temática viesse a interessá-los e se, conscientes de suas aptidões, assumissem corajosamente suas responsabilidades.”
(Jean-Yves Leloup: Carência e Plenitude, Vozes, 1994)