Pesquisa mostra que os universitários são os que tem vida mais longa
Uma pesquisa recente conduzida pelas universidades Harvard e Princeton, nos Estados Unidos, deu pela primeira vez números a um fenômeno que havia décadas perturbava os demógrafos: as pessoas que passam mais tempo em sala de aula vivem mais – independentemente da classe social.
Depois de um detalhado cruzamento das informações de 200 milhões de americanos, reunidas pelo censo, os pesquisadores concluíram que cada ano a mais de estudo resulta em mais sete meses de vida. A comparação entre um universitário e um adulto que não freqüentou os bancos escolares chama ainda mais atenção: com um diploma de ensino superior, vive-se, em média, mais oito anos.
A pesquisa mostra que nenhum dos fatores que influenciam na expectativa de vida – entre eles sexo, raça, violência e renda das pessoas – tem tanto impacto na longevidade quanto a educação. Foge, portanto, da explicação aparentemente óbvia: como os mais letrados são também os mais ricos, eles teriam dinheiro para patrocinar os gastos com a própria saúde – o que faria aumentar automaticamente suas chances de uma vida longa. Isso esclarece apenas uma parte menor do problema.
O estudo revela que a escola, por si só, tem papel decisivo na formação de um conjunto de hábitos que contribui para esticar os anos de vida – não importando o estrato social do qual saiu o aluno. “A passagem pela sala de aula induz a escolhas mais inteligentes e a uma postura de aversão ao risco na idade adulta”, resume a economista Adriana Lleras-Muney, e uma das autoras da pesquisa.
Um dos méritos do trabalho foi comprovar, com números, que a escola tem um poderoso efeito no modo como as pessoas cuidam da saúde.
(Camila Antunes – Veja, 7/2/2007)
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