Teia da Vida
Apressada, Maria sobe sobre a cadeira, estende o braço, estica-se na ponta dos pés e ainda assim não alcança. Angustiada, olha para a grande teia de aranha, acima da lâmpada. Imóvel, o minúsculo beija-flor está preso à teia. Maria pede que o tire de lá. Equilibrado na cadeira, prendo-o entre as mãos em concha, livro-o dos fios. Ele pesa apenas alguns gramas. Apavorado, debate-se entre minhas mãos. Se eu as mantiver muito leves, ele pode escapar e se enredar novamente. Se o prender mais firmemente, poderei machucá-lo. Espero ao menos conseguir levá-lo à janela.
(por Caco de Paula)