O desejo constitui a própria essência do homem
O desejo é a força propulsiva de nossa vida; ele é energia, história que se concretiza, que se modifica e se transforma, que se esvazia e se enche novamente. Geralmente vivemos dominados pelos desejos e nos demoramos em incessante procura da felicidade. O desejo, escreveu Espinosa em sua Ética, constitui a própria essência do homem. Mas quanto mais nosso desejo humano de plenitude se concretiza em um objeto externo, tanto menos consegue satisfazer-nos prolongadamente. Nutre-se da fantasia da unidade simbiótica, incita a se conseguir a posse do objeto e, guando conquistado,fatalmente se esvazia de toda atracão. Aí estão em jogo leis fundamentai da existência, as que regem a vida dos sentimentos,o lugar onde se origina todo o nosso sofrimento. De fato, é na vida dos sentimentos, e não na vida intelectual, que a dor tem suas raízes.
(Aldo Carotenuto: Amar Trair)