Falar de correntes na data de hoje; dia da libertação dos escravos. Curioso, não ?
Bem, mas vamos lá.

Qualquer estudo de aprendizagem deve passar obrigatoriamente, mesmo que de relance pelas três principais correntes na psicologia da aprendizagem, a saber: o behaviorismo, o neobehaviorismo e o cognitivismo. O primeiro pode-se dizer que nos dias atuais já está ultrapassado. O último aparece atualmente como a fonte da maioria dos insights na área de aprendizagem. Já o segundo, embora considerado como sendo mera evolução do primeiro, tem tido boa penetração. Pelo menos em alguns estudos ligados à Ciência Cognitiva, particularmente nas neurociências. A preocupação com a natureza do conhecimento é antiga. Já os gregos trabalhavam no tema, que continuou na agenda perpassando os escolásticos, o renascimento e o iluminismo. Filósofos como Descartes, Kant e Locke deram suas contribuições.Na psicologia da aprendizagem, entretanto, começa rudimentarmente com os chamados mentalistas (Lefrancois, 1972). Nesta escola o principal método de investigação sobre sentimentos e sensações era a introspecção. Em uma reação contra a natureza global e imprecisa destas investigações surgem duas escolas, mais ou menos ao mesmo tempo. Nos Estados Unidos desponta o behaviorismo e na Alemanha a Gestalt. Esta por sua preocupação primária com a percepção, prontidão e insight pode ser considerada como a precursora da psicologia cognitiva atual.Muito embora reagindo ao mesmo conjunto de idéias, estas escolas produzem respostas diametralmente opostas. , É particularmente interessante que behavioristas e cognitivistas tenham baseado muitas de suas afirmativas em estudos de animais. Como repara humorísticamente Bertrand Russel (1954):

“Animais estudados por americanos correm frenéticamente de um lado para o outro demonstrando incrível dinamismo e vivacidade, obtendo finalmente os resultados esperados apenas por acaso. Animais observados por alemães sentam-se e pensam, para ao final criar suas soluções a partir de suas consciências interiores?.

Em síntese, estas três correntes (behaviorismo, neobehaviorismo e cognitivismo) preocupam-se com o aprendizado. Discriminam-se conforme sua ênfase particular nas três etapas da aprendizagem: estímulo, mediação e resposta. O estímulo refere-se a que circunstâncias do ambiente e/ou do indivíduo determinam um dado comportamento. A resposta é o comportamento observado. E a mediação é o que ocorre entre os dois.

O quadro a seguir resume as três escolas. Ali é possível perceber que as varáveis cognitivistas são menos objetivas que as das duas outras escolas. Por isto, pesquisas de orientação cognitivista enfrentam limitações consideráveis do ponto de vista da possibilidade de um controle mais rígido. No entanto, o cognitivismo, dada a sua abrangência e relação direta com a aprendizagem humana, se apresenta como uma alternativa poderosa de estudo.

OBS: Nas próximas semanas publicaremos outros posts
sobre estas três correntes. continue acessando o blog.
Sempre às terças, um tema de aprendizagem.
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