Mudanças no trabalho e na produção científica
Charles Handy, no seu livro ?The Age of Unreason? (Dryden & Vos, 1996) faz algumas previsões que falam de incerteza e flexibilidade, a ressaltar a importância do aprender a aprender. Segundo este autor, na virada do século apenas uma minoria de adultos em idade de trabalhar estarão em empregos estáveis de período integral em companhias tradicionais. Serão pessoas com pós-graduação, que começaram a trabalhar tardiamente.
O restante dividir-se-á em três grupos. O primeiro envolverá grupos de projetos, reunindo pessoas com objetivos específicos, com freqüência por períodos curtos. Serão pessoas diferentes, que se reúnem transitoriamente, a composição e objetivos dos grupos variando ao longo do tempo. Este provavelmente será o método mais comum de trabalho bem remunerado.
O segundo será o de trabalhadores de meio período e sazonais. Será um dos poucos mercados para os trabalhadores não qualificados ou semiqualificados. Este é o grupo que conformará os novos-pobres. Já o terceiro agrupamento será o de pessoas que trabalham individualmente o como um grupo familiar. Este grupo se beneficiará da rede de comunicações não só para vender produtos e serviços, como também identifica-los. Fica clara, portanto a necessidade de uma educação que estimule as pessoas a serem seus próprios gerentes, divulgadores e comunicadores mundiais.
Também na ciência ocorre processo análogo. Gibbons et all em seu livro ?The new production of knowledge? discorre sobre como o modo de produção científica vem se transformando. Compara o Modo 1 (tradicional) com o Modo 2 (novo). O modo 1 baseia-se na estrutura disciplinar tradicional. Diferencia a ciência básica da aplicada, o que implica em uma distinção no fazer de núcleos teóricos básicos e daqueles onde o conhecimento é traduzido em termos de suas aplicações. O conhecimento é produzido em função dos interesses acadêmicos de uma dada comunidade científica. Aqui predomina a homogeneidade, cientistas como modelos e paradigmas similares. A organização do Modo 1 é hierárquica e tende a ser conservadora. Já o Modo 2 é transdisciplinar e heterogênea. Sua organização é menos hierarquizada e tende a ser transitória. Caracteriza-se por um constante fluxo bidirecional entre o básico e o aplicado. Tipicamente o conhecimento é produzido com um objetivo em mente, e suas aplicações estimulam a produção de novos conhecimentos.
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Olá Mauricio,. O “modo 2”,nas salas de aula hoje,é o mais aplicado pelos alunos.Seus sonhos são suas metas,é o termo em voga,e todo o conhecimento adquirido é direcionado no sentido de alcança-los.