Estratégias de Aprendizagem ajudam alunos a aprender
Olá;
Hoje trago para vocês mais um artigo da professora Evely Boruchovitch. Em artigo anterior que apresentamos aqui neste blog, ela escrevia sobre os problemas que a depressão pode trazer ao aprendizado. Neste, apresenta o conceito de estratégias de aprendizagem e como isto pode ajudar o aluno a aprender melhor. Ressalta ainda o papel que o professor e a instituição escolar podem (e devem) ter no auxílio a este aluno. É um artigo de interêsse para todo profissional envolvido com educação. Mas ressalto, interessa a todo tipo de aprendiz, na medida em que ao apresentar os diferentes tipos de estratégias de aprendizagem, fornece uma orientação em como proceder ou pelo menos onde buscar auxílio para suas próprias dificuldades de aprendizagem.
Boa leitura !
Prof. Mauricio Peixoto
Estratégias de aprendizagem e desempenho escolar:
considerações para a prática educacional
Evely Boruchovitch
Universidade Estadual de Campinas
Universidade São Francisco
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Conclusão
Como aponta Almeida (1992), a generalidade do ensino escolar ainda se situa muito na transmissão da informação. Pouca atenção é prestada ao ensino das competências de resolução de problemas. Embora professores reconheçam a importância de se desenvolver a compreensão e o raciocínio dos alunos, na realidade esses aspectos não parecem fazer parte do conjunto de objetivos principais a serem atingidos pela educação, já que na prática a escola não tem valorizado o pensar e o transformar (Mettrau & Mathias, 1998). Pouco tem sido feito no sentido de desenvolver no aluno a capacidade de aprender a aprender. É fundamental, pois, que se abram espaços para o “aprender a aprender” e o “aprender a pensar”. É sem dúvida a possibilidade de discriminação inteligente da informação que funciona como defesa contra o sensacionalismo e a superficialidade e tipos de comunicação interpessoal não confiáveis (Pfromm Neto, 1987), permitindo o desenvolvimento de uma consciência crítica.
Os professores precisam conscientizar-se de que suas metas educacionais não se resumem na transmissão de conhecimentos e que devem portanto atuar no sentido de promover o desenvolvimento dos processos psicológicos pelos quais o conhecimento é adquirido, ensinando aos alunos a aprender a aprender (Pozo, 1996). Entretanto, Mettrau e Mathias (1998) mencionam que os professores possuem pouco conhecimento não só a respeito de como se expressa a inteligência humana, mas também sobre o papel das estratégias de aprendizagem, da auto-reflexão e dos processos metacognitivos na aprendizagem. É essencial que professores se beneficiem das contribuições da psicologia cognitiva baseada na Teoria do Processamento da Informação e que aprendam a ensinar para o “aprender a aprender”. De fato, professores podem ensinar alunos quando e como usar estratégias de aprendizagem específicas por meio da demonstração e da modelagem de diversas técnicas. Além disso, professores podem aprender a auto-administrar e a orientar o uso dos processos metacognitivos provendo estudantes de atividades em que a necessidade de monitoramento externo possa gradativamente ser substituída pelo desenvolvimento da capacidade de auto-monitoramento e auto-reflexão nos alunos
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Esforços, por parte de educadores, devem também ser direcionados no sentido de uma reflexão crítica sobre a maneira preconceituosa e estereotipada, a que alunos brasileiros com rendimento escolar insatisfatório vêm sendo alvos, para que se possa transformar o discurso do aluno “culpado pelo seu próprio fracasso escolar” numa atitude de confiança e credibilidade na capacidade do mesmo para “aprender a aprender” e se tornar um aprendiz motivado e auto-regulado.