Em direção a uma filosofia da Educação
Hoje apresento a vocês um livro muito interessante que é um dos meus textos de cabeceira. Aqueles que puderem comprar eu sugiro que o façam. Para os que não puderem no futuro colocarei alguns resumos que considero mais releveantes e que merecem divulgação. Trata-se de “Learning how to learn: Toward a Phylosophy of Education” de Jerry H. Gill.
No livro, a partir de inúmeras discussões sobre a qualidade da educação, e pesando os pros e contras de cada uma delas, uma questão aflora e é considerada como tendo uma importância central e promotora da motivação para a elaboração deste livro. Trata-se da falta de uma filosofia da educação que discuta em profundidade qual o lugar do conhecimento, como os conhecedores são e o que pode ser conhecido.
É o propósito do livro levantar estas questões cruciais. O típico professor de nível superior simplesmente reproduz no seu curso o que o professor que o antecedeu fez, sem elaboração maior. Este livro representa um esforço para trazer as teorias e práticas próprias do autor e juntas formar uma ventilada teoria da educação.
Nas palavras do autor:
“A metáfora guia que serve de eixo para as considerações seguintes é a dança, entendendo que a característica focal da atividade cognitiva é a interação entre o aprendiz e o meio, tanto físico quando social. Essa interação relacional consiste em um processo de troca – dar e receber – em que ambos, o aprendiz e o aprender se definem mutuamente e continuamente. Este modelo esclarece a compreensão tradicional da prática educacional de tratar o conhecimento como uma realidade estática, em que o conhecimento de cada conhecedor -professor- é transferido para outros conhecedores -os alunos-. Este modelo contradiz a compreensão filosófica da cognição como primariamente, se não exclusivamente, uma função da mente. Dançar envolve tanto o corpo quanto a mente, é uma atividade social que se relaciona horizontalmente com outros dançarinos e verticalmente com o que se vai dançar. A interação social incorporada numa contínua transformação do meio repousa no centro da cognição humana e deve formar a essência da teoria e prática educacional”.
A estrutura dos capítulos é desenvolvida pela compreensão definida acima da atividade cognitiva. O capítulo 1 examina a filosofia educacional de quatro importantes pensadores: Whitehead, Dewey, Freire e Rogers. O capítulo seguinte explora o pensamento de Maurice Merleau-Ponty e Michael Polonyi centrado na noção de que o conhecimento é relacional e incorporado pela interação físico-social. No capítulo 3 o autor desenha sua experiência pessoal em sala de aula com métodos práticos da sua organização, considerando também a responsabilidade dos estudantes e o papel da discussão.
O autor diz-se convencido de que o processo é mais importante de que o produto na educação. A informação pode ser buscada nos livros e diz que o que é de suma importância é aprender como aprender, tornando-o sempre apto a aprender mais.
Inicia-se a segunda parte do livro abordando a visão a partir do aprendiz com as considerações dos mesmos filósofos e se completa na terceira parte com a visão do conhecer ou aprender dentro da mesma organização.
Tal qual no processo do conhecimento, onde tanto o conhecedor quanto o conhecer são funções dele e relacionais; no ato de dançar são relacionais o dançarino e a dança, ou seja um depende do outro mutuamente para acontecer. O autor diz que sua convicção na resolução das questões da teoria e prática da educação devem ser analisadas sob a luz da epistemologia e clareadas sobre a natureza do processo do conhecimento, do conhecedor e do que deve ser conhecido.
O objetivo do autor é utilizar uma metáfora de eixo relacional com estabilidade contextual suficiente que dê condições de desenvolver o processo de conhecimento.
Referência:
Gill, Jerry H.: Learning to Learn: Toward a Philosophy of Education (introd..), – Ed.:Humanities Press International, Inc., Atlantic Highlands, New Jersey, pp 1-11, 1993
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