Do Ensino à Aprendizagem: Os Progressistas
Louis Althusser
Os teóricos progressistas atuais apontam para uma perspectiva integradora das correntes quer da Escola Tradicional, quer da Escola Nova.
Segue-se um período em que a crítica que o permeia este período afasta-se um pouco do eixo desta investigação. O processo de aprendizagem passa a um segundo plano, dada a ênfase no conteúdo e o seu uso na sociedade pelos egressos do sistema educacional.
A crítica à educação e à escola se acentuou radicalmente; entre os maiores críticos estão o filósofo francês Althusser e os sociólogos Bourdieu e Passeron, Baudelot e Estlabet. As obras desses autores demonstram que a educação reproduz a sociedade, daí serem chamados de críticos-reprodutivistas (Gadotti, 1997, p.187).
Althusser (1918-1990) é o autor da teoria da escola como um dos aparelhos ideológicos do Estado (1969), sendo toda ação pedagógica uma imposição arbitrária da cultura das classes dominantes. No livro Resposta a John Lewis diz que filosofia é a “luta de classes na teoria”. A escola – família substituiu a dupla igreja – família como aparelho ideológico dominante, pois é a escola que tem por anos, uma presença obrigatória dos alunos (Gadotti, 1997, p.187-8).
Sociólogos franceses, Bourdieu e Passeron desenvolveram a teoria da reprodução baseada no conceito de violência simbólica. Toda ação pedagógica é objetivamente uma violência simbólica enquanto imposição por um poder arbitrário – divisão da sociedade em classes, e reproduz a cultura e a sociedade simultaneamente. Ação pedagógica primária é da família, e a criança recebe formação e informação de acordo com a posição desta na hierarquia social, levando determinado capital cultural para a escola (Gadotti, 1997, p.189).
Sociólogos franceses, Baudelot e Establet formularam a teoria da escola dualista, destruindo a ideologia da “escola única”. Na França dizem, há duas redes escolares, a secundária-superior (SS) para os 25% de filhos da classe dominante e a primária-profissional (PP) para os 75% que constituem as classes dominadas. Os conteúdos variam de uma rede para outra, PP se submete à ideologia dominante, a SS forma agentes desta ideologia. No entanto, J. Palácios, educador espanhol, na obra “La Cuestión Escolar” diz que a escola não é nem a causa, nem o instrumento da divisão social de classes, é sua conseqüência, se contrapondo ao discurso anterior.