Do Ensino à Aprendizagem: O Positivismo
A segunda metade do século XVIII marcou um período de revoluções burguesas caracterizada entre outras pela ascensão política desta classe no contexto da crise do Antigo Regime europeu. A libertação social e política desta época passava pelo desenvolvimento da ciência e da tecnologia É aí que nasce no interior do Iluminismo, dentre outras, a corrente positivista que consolidou a concepção burguesa da educação, tendo como maior expoente Augusto Comte. O positivismo trouxe avanços para a Educação pela crítica que fez ao pensamento humanista cristão. Deu inegável contribuição ao estudo científico da educação.
Comte (1798-1857) sofreu influência de alguns intelectuais, como Laplace e Lagrange. Dizia que a verdadeira ciência analisa os fenômenos, mesmo o humano, como fatos. Deve-se afastar das ciências qualquer preconceito ideológico. A ciência precisa ser neutra. Para ele a humanidade passou por três etapas sucessivas: estado teológico, estado metafísico e estado positivo, e a partir da “lei dos três estados” deduziu uma proposta para o sistema educacional.
Émile Durkheim (1858-1917) sociólogo positivista considerava a educação como imagem e reflexo da sociedade, um fato social, e a pedagogia uma teoria da prática social. Em sua obra afirma que a regra fundamental é considerar fatos sociais como coisas. Opunha-se a Rousseau, quando dizia que o homem nasce egoísta e só a sociedade pela educação, pode torná-lo solidário – “A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que ainda não se encontram preparadas para a vida social; tem por objetivo suscitar e desenvolver, na criança, certo número de estados físicos […]” (Durkheim)
Em Whitehead, um dos maiores pensadores neopositivistas contemporâneos, percebe-se uma leve mudança no enfoque. Aqui já se visualiza um discurso mais centrado na aprendizagem, trazendo à tona a importância do aprender, de adquirir competência para construir o conhecimento. Na sua obra “A ciência e o mundo moderno”, afirma: “a educação é a aquisição da arte de utilizar os conhecimentos. É uma arte difícil de transmitir”.
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