Aprendizagem: Outros autores – ênfase na pessoa – Ausubel
A preocupação principal de Ausubel é com o Aprendizado Verbal (Lefrancois, 1972), mais freqüente em situações normais de ensino. Nestes casos, o assunto é apresentado ao aluno de forma mais ou menos completa e organizada
A teoria de Ausubel (1963) pode ser considerada como uma Teoria da Subsunção, ou da Subordinação. Em lógica a subsunção consiste em subordinar um conceito a outro. Para este autor, o conhecimento toma uma estrutura hierárquica de conceitos. A esta estrutura denomina Trama Cognitiva. Semelhante às raízes de uma árvore, os conceitos mais gerais e abrangentes situam-se nos níveis superiores. A cada nível mais baixo, mais específicos tornam-se os conceitos. Entre um conceito e outro, existe uma relação lógica de subsunção, o conceito mais geral subordinando o mais específico.
Neste sentido então, aprender é então incorporar o novo material a uma estrutura cognitiva preexistente. Aprender é portanto um ato de subordinar conceitos. Ausubel então define dois tipos de aprendizado, o mecânico e o significativo. Só há aprendizado significativo se houver uma trama cognitiva relativamente estável à qual o novo conhecimento possa ser relacionado. Caso contrário, o aprendizado é mecânico.
Corolário desta teoria, é que o aprendizado atual depende muito daquele feito previamente. Ou seja, só se aprende algo, quando já se sabe alguma coisa a seu respeito. Isto porque maior e mais organizada a trama cognitiva, com mais facilidade um novo conceito pode ser incorporado.
Outro corolário é o fato de que dois alunos podem apresentar o mesmo comportamento mesmo com aprendizados de tipos diferentes. Dependendo do tipo de avaliação, o desempenho de um aluno que aprendeu mecanicamente pode ser igual aquele que o fez significativamente. A diferença estará no significado que cada aluno atribui a cada um dos conceitos aprendidos. Para um, nada além do que um agrupamento solto e ilógico de conceitos. Para outro um todo racional e coerente de conhecimento. O que se espera é que as instituições escolares valorizem este e desestimulem aquele.
Aprender é incorporar o novo à trama conceitual. Lembrar-se é dela retirá-lo. Assim, o material que se lembra com facilidade tem alta dissociabilidade. O termo refere-se à maior ou menor facilidade que um dado material pode ser retirado da trama cognitiva que o acolhe. Por isto, esquecer é perder a dissociabilidade. Maior a similaridade do conceito novo com a trama preexistente, maior sua facilidade de incorporação e portanto, menor sua dissociabilidade.
A teoria da Elaboração de Reigeluth (1983) é uma extensão do trabalho de Ausubel e de Bruner. Segundo ele a instrução deveria ser organizada em ordem crescente de complexidade, para que houvesse uma boa aprendizagem. A idéia chave é que o aprendiz precisa desenvolver um contexto significante no qual podem ser assimiladas idéias subsequentes e habilidades.
Em Novak há dois aspectos que merecem comentário, sua noção de negociação de significados (1992) e os mapas conceituais (1994). Sua teoria é em muito influenciada pela de Ausubel, o que reconhece explicitamente.
O mapa conceitual é na verdade a concretização do conceito teórico desenvolvido por Ausubel. Para este autor o aprendizado se faz em termos de construção de uma trama cognitiva. Em Novak esta trama se expressa como Mapa Conceitual. O Mapa conceitual é assim, uma representação gráfica da trama cognitiva ausubeliana.
Consiste em uma estrutura hierárquica em árvore, de sentido descendente onde no nível máximo se localiza o conceito mais geral e nos níveis progressivamente inferiores situam-se conceitos cada vez mais específicos.
Outro desenvolvimento da teoria de Ausubel, é o conceito de negociação de significados. De acordo com Ausubel, o significado que um dado conceito possui depende da sua posição na trama cognitiva. Depende das relações que estabelece com outros conceitos. Ainda mais, este autor defende que a trama cognitiva é idiossincrásica. Cada indivíduo constrói a sua, às custas de seus estudos, experiências e vivências, tanto cognitivas como afetivas.
Assim sendo, em uma dada situação de ensino, os significados que professor e aluno atribuem a um mesmo conceito, serão muito provavelmente diferentes. E ainda mais, nesta situação de ensino não ocorre uma mera substituição do antigo significado atribuído pelo aluno por aquele do professor. Cabe lembrar que aprender significativamente é integrar um novo conceito à trama cognitiva preexistente, modificando-a. Desta maneira o aluno aprende apenas à luz do que já sabe.
é portanto assim que Novak entende a situação de ensino. Em primeiro lugar a relação entre professor e aluno como ocorrendo em um espaço imerso em um contexto simultaneamente afetivo, social e político. Aí influindo, a instituição escolar e a sociedade como um todo. Isto tudo mediado pelas respectivas tramas cognitivas. E assim sendo, um espaço onde professor e aluno negociam os seus significados, e que ao final, ambos professor e aluno emergem modificados.
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