Escolaridade aumenta e cai diferença entre negros e brancos
Recentemente por conta da questão das cotas, defendemos a idéia de que mais importante que privilegiar o acesso ao Ensino Superior era melhorar o Ensino Básico e Médio. Com isto várias vantagens adiviriam.
Leiam abaixo um texto publicado em site oficial http://www.brasil.gov.br/noticias/em_questao/.questao/eq698/
que mostra os benefícios da educação básica>
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O brasileiro está estudando mais, a diferença entre o número de brancos e negros que concluem o ensino fundamental diminuiu e as mulheres aumentaram sua participação no mercado de trabalho. Essa constatação é resultado da pesquisa Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, apresentada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) e Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem).
De acordo com o levantamento, a taxa de escolaridade no ensino fundamental passou de 86,5%, em 1996, para 94,8%, em 2006. Em relação aos homens brancos, o crescimento foi de 92% para 95,8%; já entre os negros, de 81% para 93,9%. Entre as mulheres brancas, a taxa foi de 90,8% para 95,6% e, no caso das negras, de 83,8% para 94,4%. A taxa de escolaridade mede a proporção da população matriculada no nível de ensino adequado a sua idade. No ensino médio, por exemplo, houve um crescimento da taxa nacional de escolaridade que saltou de 24,1% para 47,1%. A designação “branco” ou “negro” foi estabelecida segundo autodeclaração dos pesquisados.
Mercado de trabalho – As mulheres vêm aumentando sua participação no mercado de trabalho nos últimos anos. Em 1996, 46% da população feminina estava ocupada ou à procura de emprego. Em 2006, a proporção foi de 52,6%. Apesar disso, o índice ainda é inferior ao dos homens, de 72,9% no mesmo ano. A pesquisa aponta que entre as causas para o aumento da participação feminina está o aumento da escolaridade, a queda da fecundidade, novas oportunidades oferecidas pelo mercado e mudanças nos padrões culturais. Os dados não consideram os afazeres domésticos, que não são contabilizados do ponto de vista econômico quando não realizados de forma remunerada. A maior média é a das mulheres brancas da Região Sudeste, com 9,8 anos de estudo, e a menor, dos negros do Nordeste, com apenas 5,1 anos de estudo.
Chefia de família – De acordo com a pesquisa, aumentou na última década o número de famílias chefiadas por mulheres, que passou de 19,7%, em 1993, para 28,8%, em 2006. Na zona rural, as mulheres chefiam 14,6% dos lares enquanto nas áreas urbanas esse percentual é de 31,3%. Outro dado que chama a atenção é crescimento do número de famílias monoparentais masculinas (de 2,1% em 1993 para 2,7% em 2006) e a redução das femininas (de 63,9% em 1993 para 52,9% em 2006). Famílias monoparentais são aquelas chefiadas somente pelo homem ou pela mulher.
De acordo com a pesquisadora do Ipea, Natália Fontoura, as mulheres têm se colocado de forma mais igualitária. “Os homens dentro de casa estão assumindo funções que não assumiam antes e as mulheres estão se apoderando, estão se colocando de forma mais forte perante o marido e os filhos”, afirma.
De acordo com a pesquisa, realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), houve redução na proporção de pobres em todos os grupos da população brasileira. A velocidade desta queda, porém, é diferenciada conforme a cor/raça dos indivíduos ou segundo a região em que habitam. Entre 1996 e 2006, a proporção de brancos pobres passou de 21,5% para 14,5%, ou seja, uma redução de 33%. Já no caso da população negra, essa redução foi de 29%. As regiões menos desenvolvidas do país também concentram a maioria da população em situação de pobreza ou extrema pobreza, bem como as áreas rurais.
Os indicadores sobre as características da população apresentaram um aumento daqueles que se declaram negros na sociedade brasileira, tanto na área urbana quanto na rural. Em 1993, o total de pessoas residentes nas áreas urbanas que se declararam como negras representavam 42%, subindo para 47% no ano de 2006. Na zona rural percebe-se essa mesma tendência. “Antes, as pessoas tendiam a se considerar como pardas, agora aumentou as que se consideram negras”, assegura Maria Inês Barbosa, da Unifem, completando que, apesar das mudanças, muita coisa ainda precisa ser feita.
Renda – Nos últimos anos, a renda média mensal de mulheres e negros aumentou. Ainda assim, o rendimento dos homens brancos supera o de mulheres e negros. A renda dos homens negros passou de R$ 570,90, em 1996, para R$ 583,25, em 2006. No caso dos homens brancos, houve redução da renda, de R$1.264,49, para R$1.181,09. Em dez anos, a renda média mensal das mulheres brancas passou de R$ 718,30 para R$ 742,05 e a de mulheres negras de R$ 340,78 para R$383,39.