O que é aprender: Behaviorismo
Edward Thorndike
Pioneiros desta corrente são Thorndike (1921) e Guthrie (1930). O behaviorismo preocupa-se com o início do processo – o estímulo. Procura determinar da maneira mais precisa e atômica possível quais são e como se comportam as variáveis que determinam comportamentos observáveis. Aqui, estímulo e resposta são apenas as variáveis que podem ser objetivamente observadas e mensuradas.
Em alguns aspectos, as idéias dos behavioristas se parecem com as da educação tradicional. Ambas se centram no professor. Ele é quem deve controlar a aprendizagem e decidir o que devem aprender. É, por conseqüência um modelo autoritário. Os testes de múltipla escolha, método de avaliação ainda hoje utilizado, são fruto da influência behaviorista.
No entanto, e isto é um avanço, defendem a aprendizagem individualizada. Cada criança deve aprender em seu próprio ritmo (pessoas diferentes = estímulos diferentes). Não acreditam que uma turma, com crianças de capacidades variadas, possa ser ensinada de forma unificada, pelo mesmo professor. As crianças aprendem melhor por um padrão linear, cumulativo e aditivo. Isto é, a aprendizagem de cada pessoa é como se fosse uma linha reta, diferente para cada uma. É cumulativo no sentido de que esta linha se inicia à partir do que ela sabe, e portanto sendo diferentes os conhecimentos de cada um, o ponto de partida deve também ser diferente. E finalmente é aditivo, ou seja você só pode aprender um conteúdo “b” se antes você dominar o conteúdo “a” que lhe precede. Segundo este modelo, os problemas são expostos aos alunos e somente aqueles capazes de fornecer a resposta correta (do ponto de vista do professor) estão autorizados a prosseguir. já que só estes estarão capacitados a aprender os novos assuntos (que demandam o conhecimento dos temas que o precedem). Os outros permanecem naquela etapa até conseguirem responder corretamente. E para tal deverá haver um ensino específico. Isto significa tratar diferentemente os diferentes, em que cada um receberá a atenção específica que precisa; a uns fornecendo-se mais tempo e outros recursos para aprender um dado conteúdo e a outros, novos conteúdos vez que os anteriores foram já aprendidos. Respeita-se assim a individualidade e as necessidades individuais. Neste sentido tratar diferentemente os diferentes , significa dar chances iguais para todos.
B. F. Skinner
A partir dos anos 40, Skinner assume lugar de evidência no movimento behaviorista. Introduziu o conceito de “condicionamento operante”, a criança é recompensada pelo adulto apenas se reagir de acordo com o que o adulto pretende e “aprendizagem programada”, programa linear de aprendizagem, que pode ser útil para ensinar crianças com dificuldades de aprendizagem, que não têm o desejo intrínseco de aprender, e que necessitem de um programa altamente estruturado passo a passo. Neste sentido, contribuiu para o desenvolvimento do conhecimento sobre os processos de recompensa ou reforço.
É escola altamente controversa, despertou o antagonismo dos humanistas, dos piagetianos e de muitos outros que valorizam o indivíduo. É criticada pela desumanização que impõe ao homem, e também pela extrapolação simplista para o ser humano, dos resultados de experimentos com animais (Lefrancois, 1972; Sutherland, 1996).
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Caro professor
Passei por aqui meio que por acaso. Discordo totalmente da forma como o behaviorismo está exposto mas compreendo pois essa é a forma que ele é ensinado. É uma visão pobre e simplista do behaviorismo profundamente influenciado pelas escolas de educação. Não estou com tempo agora mas posteriormente posso fornecer algumas informações com relação ao que é aprender para um behaviorista.